Em ‘O Filme da Minha Vida’, Selton Mello trata de dramas da vida adulta

Dirigido por Selton Mello, o drama conta a história de Tony, cujo pai francês abandonou a família para voltar ao seu país natal


Selton Mello ganhou notoriedade como diretor depois de “O Palhaço” (2011). Tanto que o autor chileno Antonio Skármeta o escolheu para adaptar seu livro “Um Pai de Cinema” para as telas.

“Eu recebi o livro e achei que era trote. Por que diabos o autor de “O Carteiro e o Poeta” me enviaria um livro para eu filmar?”, indaga Selton no prefácio do livro, que é lançado no Brasil pela editora Record. “Quando eu li compreendi tudo. Os sonhadores se reconhecem de longe. […] Me identifiquei com esse protagonista. E quis contar sua história como se fosse minha”.

Divulgação

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Bruna Linzmeyer em cena como Luna (Foto: Divulgação)

No livro, a história se passa no Chile. No cinema, ela foi transposta para as serras gaúchas. Rebatizada de “O Filme da Minha Vida”, que estreia nesta quinta (3/8), a trama se passa em 1963 e acompanha o jovem Tony Terranova (interpretado por Johnny Massaro) que deixa sua pequena cidade, onde moram sua mãe (Ondina Clais) e seu pai (Vincent Cassel), que é francês, para estudar na capital. No mesmo dia em que volta com o diploma de professor em mãos, no entanto, o pai sobe em um trem, rumo à França – e nunca olha para trás e nem contata a família novamente.

Sem entender o que aconteceu, Tony leva uma vida pacata ao lado da mãe e de Paco (Selton Mello), antigo amigo da família, que os apoia.

Além do drama familiar, o filme aborda questões comuns entre adolescentes e jovens adultos. Tony fica dividido entre duas belas irmãs, a simpática Luna (Bruna Linzmeyer) e Petra (Bia Arantes). Além disso, ele tenta ajudar o irmão caçula delas e seu aluno, Augusto (João Pedro Prates), que vive pedindo para ir a um bordel perder a virgindade – é com ele, aliás, que surgem as cenas mais cômicas do longa.

“O Filme da Minha Vida” tem perfeito equilíbrio entre drama e comédia, o que o impede de ser muito pesado ou lento. As atuações e a boa direção também são qualidades que merecem destaque.

Bem desenvolvido, o roteiro, adaptado por Selton Mello e Marcelo Vindicatto, tem boas viradas. Mas, como Tony sempre diz no filme… “e o fim, eu não posso contar”.

Avaliação: Muito bom.

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