Planeta Rock: veja pontos altos e baixos do festival

Programação boa e muitos atrasos marcaram a sexta edição do evento, que agitou o interior de São Paulo na sexta (11) e no sábado (12)


O Planeta Rock reuniu cerca de 15 mil pessoas neste fim de semana em São José do Rio Preto, segundo a organização. O público, que marcou presença neste que é um dos maiores festivais do interior de São Paulo, teve a chance de ver algumas das bandas mais importantes do país, caso de Paralamas do Sucesso, Skank e O Rappa.

O Culturice acompanhou as apresentações de sexta-feira (11) e de sábado (12) e lista os pontos positivos e negativos do evento, que está em sua sexta edição e ganha cada vez mais espaço no cenário musical.

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Planeta Rock - pista premium estava abarrotada (Fabiana Seragusa/Culturice)

PONTOS ALTOS

Programação – O pop e o rock foram muito bem representados. Na sexta, passaram pelo palco do festival as bandas Urbana Legion, com seu tributo fervoroso ao Legião Urbana, e o Paralamas do Sucesso, que mostrou seu show de 30 anos de carreira. No sábado, o número de atrações aumentou para cinco e contou com Dado Villa-Lobos, CPM22, Humberto Gessinger, Skank e O Rappa – que fará uma pausa nas atividades após a turnê atual.

Som bom – Quesito que costuma ser motivo de reclamação em grandes festivais, o som estava nítido em todos os locais do Recinto de Exposições, onde ocorreu o Planeta Rock. Tanto perto quanto longe do palco, o volume, no geral, era ideal e sem oscilações.


PONTOS BAIXOS

Atraso – Todo mundo sabe que em um evento com várias atrações existe a chance de haver certo atraso, mas o que aconteceu nesta edição foi inaceitável. No primeiro dia, a apresentação dos grupos que participaram do Concurso de Bandas atrasou tanto que a ordem dos shows principais precisou ser mudada – o Paralamas, que iria fechar a noite, alegou ter compromisso e acabou tocando antes do Urbana Legion, que entrou no palco quase às 3 da manhã (o horário oficial para o segundo show era 23h59).

Obviamente, nessa hora, a maior parte das pessoas já tinha ido embora. No segundo dia não foi muito diferente, já que O Rappa, que fechou o evento, começou seu show também por volta das 3h (o combinado era 1h15).

Pista premium – A denominação de “pista premium” parece ter servido só para tirar mais dinheiro das pessoas. Esse espaço mais caro, que alguns festivais criam oferecendo em troca visão privilegiada e um lugar mais tranquilo e confortável para os espectadores, era o local mais cheio do evento. No primeiro dia até que estava ok porque o público total foi muito menor do que no dia seguinte, mas no sábado era difícil até entrar nessa área. Não tinha espaço, as pessoas não conseguiam se mexer. Além de terem vendido, claramente, muito mais ingresso do que a capacidade permitida, tinha gente que conseguia pular da pista comum para a premium. Uma vergonha.

Banheiros – A estrutura do evento parece ser sido feita por alguém que nunca foi a show. Além de não haver qualquer sinalização, os banheiros todos ficavam perto da entrada do festival, do lado oposto ao palco, mesmo existindo espaço para que fossem colocados banheiros químicos por toda a lateral da plateia, por exemplo. Não fazia sentido. Se alguém estivesse perto do palco, precisaria andar muito pra chegar até lá e perderia boa parte de um show nessa ida e volta. Isso sem contar que as cabines não tinham luz nem trinco nem água nem papel, era tudo largado.

Preço, fila e falta de água – Não tinha preço fixo, lá dentro as pessoas cobravam o que queriam. A garrafinha de água começou custando R$ 6 e depois foi para R$ 10. E pior: no sábado, antes do show do Skank, que foi o penúltimo da noite, já não havia mais água à venda, acabou tudo. Muita gente passou sede durante horas. Além disso, as filas para compra de bebidas e comidas eram gigantes.


OUTRO LADO

A organização do evento disse que o atraso dos shows foi devido ao grande número de apresentações das bandas do concurso. Em relação ao abarrotamento na pista premium, a justificativa foi de que quem estava no camarote também tinha acesso à pista, e que quando as pessoas desciam para a premium gerava aglomeração.

Sobre os banheiros, a resposta foi que “havia quatro pontos de banheiros, com 120 banheiros químicos, mais 36 banheiros fixos do Recinto” [a reportagem não encontrou outros banheiros além dos citados acima, concentrados em um único ponto, informação confirmada pelos policiais que estavam por lá].

Por fim, a produção disse que os serviços da praça de alimentação e dos vendedores ambulantes foram executados por empresa terceirizada e que “a organização do evento não interferiu no aumento dos preços praticados e ficou surpresa com o aumento abusivo dos valores”.