Como explorar Atenas, um relicário a céu aberto

Confira um roteiro cultural para conhecer a capital grega em uma semana, incluindo museus, bairros históricos, templos e teatros


Atenas ocupa um território de um pouco mais de 450 km² e possui cerca de 4 milhões de habitantes. Passar por ela antes de seguir viagem para as ilhas é obrigatório, por conta disso elaboramos um roteiro sobre o que fazer na capital grega em uma semana.

É possível, ainda que corrido, visitar os lugares mais importantes em dois ou três dias, mas recomendamos sete para que a cidade seja explorada conforme o passo inicial pausado da “Sirtaki”, música-tema do filme “Zorba, o Grego”, de 1964. Falando em passos, a capital grega é um ótimo lugar para ser explorado a pé.

Templo Pártenon, na Acrópole de Atenas (Pixabay)

Acrópole, templos e teatros

É impossível não visualizar a imagem da Acrópole quando pensamos em Atenas. Ela, que parece estar isolada no alto de um monte de origem calcária situado a aproximadamente 50 m acima da cidade, povoa os sonhos da maior parte dos mortais. Por volta do século 5 a.C., Péricles iniciou um extenso programa de obras em Atenas.

A empreitada transformou a Acrópole, dando-lhe três templos e um portão de entrada, o Propileus. O Pártenon, templo dedicado à deusa Atena, é o maior da tríade. Após passar pela entrada do sítio arqueológico, você vai se deparar com ele e, em menor escala, com os outros dois templos da colina, o Erecteion e o de Atena Nike. No Erecteion, esmiúce visualmente o Pórtico das Cariátides, estátuas femininas que foram usadas no lugar das colunas do pórtico sul do templo.

A oeste de Propileus, não deixe de visitar o templo de Atena Nike. Na encosta sul, o Teatro de Dioniso foi erguido no século 4 a.C., e o de Herodes Ático em 2 d.C. Conhecido também como Odeão de Herodes Ático, o local é usado para concertos ao ar livre, atualmente.

Odeão de Herodes Ático, em Atenas (Pixabay)

Bairros históricos

No centro histórico de Atenas, Pláka é a área habitada mais antiga da cidade. No século 16, os soldados albaneses que trabalhavam para os turcos descreviam a área como “pláka” (“velha”).

O grande fluxo de turistas e de atenienses que circulam pelo bairro para comer nas tavernas ou comprar quinquilharias nas lojas de antiguidades não altera a atmosfera de vizinhança de Pláka. Explore a Torre dos Ventos, situada no extremo oeste do bairro e construída pelo astrônomo sírio Andronikos Kyrrestes em meados de 100 a.C., como cata-vento e relógio d’água.

Monastiráki fica ao lado da Ágora Antiga e deve seu nome à pequena igreja do mosteiro de Plateía (“Praça”)  Monastirakíou, localizada a oeste da Plateía Avyssinías. Lá, os negociantes exibem peças de mobília e todo tipo de curiosidade ao ar livre. Durante a semana e nas manhãs de domingo, as lojas e bancas ficam repletas de antiguidades, livros usados, tecidos, tapetes, artigos de couro etc. Vale a pena pechinchar durante a negociação.

Cercado pelo mercado central, o bairro Psyrrí está se transformando na área mais moderna da cidade. Nele, você vai encontrar construções neoclássicas que foram restauradas e transformadas em galerias de arte,  teatros, butiques, restaurantes e bares especializados em vinhos.

Bairro Pláka, em Atenas (Pixabay)

Museus e galeria

Erguido sobre as escavações de um antigo povoado cristão e localizado ao pé da Acrópole, no bairro de Makrigiánni, o Museu da Acrópole foi construído para abrigar os tesouros encontrados no local. No Museu de Arte Cicládica, o visitante tem acesso a nada menos do que 5 mil anos de história. São cinco andares de uma seleta arte antiga grega.

Aberto em 1891, o Museu Arqueológico Nacional reúne a maior parte das peças que estavam espalhadas pela capital grega. Não tente ver tudo em uma visita, é impossível. Um dos destaques do museu é a máscara de Agamenón, esculpida em ouro. Na biblioteca de arqueologia, você terá acesso a livros raros, como os diários do descobridor das ruínas de Troia.

O Museu Benáki possui um rico acervo de arte, artesanato, joias, trajes típicos e objetos da história política da Grécia do século 3 a.C. ao 20. Há também artefatos egípcios. Em um moderno edifício, a Galeria Nacional de Arte apresenta peças gregas dos séculos 18 ao 20 para os visitantes.

Ágora e Plateía Syntagma

A Ágora era o núcleo político e religioso da antiga Atenas, centralizava também o comércio e a vida cotidiana. A prisão estatal onde o filósofo Sócrates foi preso e executado localizava-se neste perímetro.

A Syntagma é a praça central da Atenas moderna. Localizada em frente ao antigo Palácio Real do século 19, abriga o Parlamento grego desde 1934. A cada hora, a mudança da cerimônia da guarda presidencial, composta pelos chamados “evzones”, é realizada em frente ao túmulo do Soldado Desconhecido na área entre a Plateía Syntagma e o Parlamento.

Mercado Central de Atenas

Construído no século 19, o mercadão tem uma ampla variedade de alimentos, ervas e especiarias. Não deixa de ser um monumento arquitetônico à gula, claro. Suas obras agradam ao tato, olfato e paladar.

O reduto gastronômico localiza-se na rua Athinas. Uma caminhada de 15 minutos, a partir das praças Monastiráki ou Omonia, permite o acesso ao mercadão. Destaque para a variedade de carnes comercializadas. Encontra-se até escargot vivo em algumas barracas.

Jardins nacionais

Idealizados e planejados por ordem da rainha Amália no século 19, os jardins são semitropicais. Funcionam como um refresco no período de verão, já que a cidade é muito abafada e com baixa circulação de ar.