“It: A Coisa”, que estreia nesta quinta (7/9), é um dos filmes mais esperados do ano – principalmente entre os fãs do terror. Baseado no livro de Stephen King, o longa chega para agradar ao público que curtiu a série de 1990 e para os espectadores da nova geração.
Sob a direção de Andy Muschietti (diretor de “Mama” – que, aliás, aparece em “It”; veja aqui), a fórmula funciona. Afinal, a receita é certeira: a ideia de um palhaço assassino que assusta um grupo de crianças em 1989 é muito promissora.
“It” começa com uma ótima cena, que está no trailer: o pequeno Georgie está brincando com um barquinho na chuva, mas o brinquedo acaba caindo em um bueiro. Lá dentro, está o pavoroso palhaço Pennywise (muito bem interpretado por Bill Skarsgard). É até desnecessário dizer que o menino desaparece depois disso.
Bill, o irmão mais velho de Georgie, não se conforma com o sumiço do pequeno. Junto aos seus amigos – todos considerados “losers” na escola -, ele começa a investigar o caso. Os meninos descobrem que o desaparecimento de crianças é assustadoramente comum em Derry, a pequena cidade onde vivem.
As crianças protagonistas têm uma ótima mescla de personalidades e de dramas: Bill (Jaeden Lieberher) é gago, Ben (Jeremy Ray Taylor) sofre bullying do valentão da escola por ser novato e gordinho, Beverly (Sophia Lillis) é abusada pelo próprio pai, Richie (Finn Wolfhard, da série “Stranger Things”) é o alívio cômico do filme, Mike (Chosen Jacobs) tem o trauma da morte dos pais, Eddie (Jack Dylan Grazer) é hipocondríaco e o judeu Stanley (Wyatt Oleff) não é corajoso.
Como se tudo isso não bastasse, as crianças ainda começam a sofrer violentas investidas do palhaço – mas elas percebem que, unidas, podem dar um fim a ele.
Apesar de ser protagonizado por crianças, “It” tem boas cenas de terror e tem sequências violentas, como o bullying sofrido por Ben e o assédio sexual que Beverly enfrenta. Além disso, Muschietti não economizou sangue falso nas gravações.
Mesmo com esses temas pesados, o longa faz rir com cenas de comédia – a maioria delas focada no personagem de Wolfhard – e tem aquele clima gostoso dos anos 1980: ruas tranquilas e arborizadas com crianças andando de bicicleta, bem ao estilo “E.T. – O Extraterrestre”.
A adaptação do roteiro acerta em abordar (por enquanto) os personagens apenas quando crianças, já que no livro de Stephen King e na série elas também aparecem como adultas. Mas faltaram as explicações mais fundamentais: o que é o palhaço e por que ele mata crianças? Se o sumiço de crianças é tão comum na cidade, por que os moradores não se mudam de lá ou investigam o caso?
Mas “It” vai ter continuação – quem sabe todas essas questão sejam respondidas no segundo filme.
Avaliação: Bom.
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