Fica até difícil encontrar alguma qualidade em “Pica-Pau – O Filme”, que estreia nesta quinta (5/10). Dirigida por Alex Zamm – novato no comando de longas para o cinema -, a obra consegue transformar o amado Pica-Pau, personagem popular na televisão desde os anos 1950, em uma ave chatíssima.
A trama é bastante simplória: o rico advogado Lance Walters (interpretado por Timothy Omundson) e sua noiva, a fútil Vanessa (vivida pela brasileira Thaila Ayala), planejam construir uma casa em uma floresta, em frente ao lago, para vendê-la. O filho pré-adolescente de Walters, Tommy (Graham Verchere), acompanha o pai e a madrasta de má-vontade.
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Os habitantes da pequena cidade veem o empreendimento com maus olhos, mas o maior problema é o Pica-Pau, que vive ali. A ave – pertencente a uma espécie que todos acreditavam estar extinta – faz de tudo para que a obra da casa dê errado.
E é isso. O filme tem uma sequência de cenas bobas que mostram o Pica-Pau tentando atrapalhar a construção da casa – são piadas bobas e facílimas de serem feitas.
Além disso, as atuações dos “seres humanos” são muito ruins. Além da família principal, há uma dupla de caçadores que tenta ser engraçada na base de caras e bocas. Fica difícil saber para quem torcer contra: eles ou o Pica-Pau.
“Pica-Pau – O Filme” tinha um bom personagem, para início de conversa: mesmo no desenho animado, o Pica-Pau era, sim, um tanto irritante, mas era inteligente e interessante. O protagonista do filme parece ser um rascunho mal feito do original.
E, infelizmente, parece que o longa-metragem comete um dos erros mais graves de Hollywood (também cometido nas sequências recentes de “A Era do Gelo”, por exemplo): é filme para criança, então tudo bem ser bobinho. Parece que a equipe de produção, direção e roteiro nunca viu animações da Disney, da Pixar ou da DreamWorks.
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