Você fica pensando assim: eles não vão ter coragem de fazer essa piada, não vão concluir essa frase, não tem como… daí elas surgem na tela. É mais ou menos isso o que acontece em “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, novo filme de Danilo Gentili que chega aos cinemas nesta quinta-feira (12).
Diferentemente das comédias nacionais que costumam estrear nas telonas, o longa é ousado ao brincar com temas geralmente tachados como impróprios, como bullying e pedofilia – jogando, assim, o politicamente correto (que termo chato!) pra bem longe. Se é engraçado, tá dentro. O que vale é isso.
“Eu prefiro não subestimar ninguém. Eu entendo que as pessoas vão entrar e entender que é um filme, e se elas não entenderem talvez elas não possam ir ao cinema”, diz o apresentador do “The Noite” (SBT).
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“Não tem cagação de regra, é só zoeira. O público vai odiar ou amar, mas não vai sair indiferente”, completa Gentili, que além de atuar também é responsável pelo roteiro do filme, inspirado em seu livro homônimo. Muito do que se vê na tela ele realmente fazia, como explodir privadas. “E de fato as minhas notas eram muito boas, mas eu era muito bagunceiro na escola.”
A história mostra como dois jovens de 14 anos (interpretados por Bruno Munhoz e Daniel Pimentel) lidam com a rotina massacrante de estudos, provas e decoreba. Obrigado a tirar 10 em um teste final, o personagem Pedro resolve seguir uma cartilha antiga e misteriosa que ele encontra escondida no banheiro do colégio – e que ensina técnicas de cola e de como acabar com a paz em sala de aula. É aí que começa a baderna.
BULLYING E FARRA
Vômitos, bebedeiras e ressaca passam a fazer parte da vida dos garotos depois que eles conhecem o ex-aluno (Gentili) que criou a cartilha do terror. Eles “aprendem” que ficar bitolado nos estudos não tá com nada, que o bom mesmo é aprontar e se divertir. E os apelidos? São obrigatórios para todos.
A classificação indicativa é 14 anos.
ELENCO
O grande destaque é a participação do ator mexicano Carlos Villagrán, que faz o Quico no seriado “Chaves”. Ele precisou de algumas aulas de português para interpretar o diretor durão da escola. “Esse é um filme totalmente diferente dos outros, vocês vão se surpreender”, diz o artista. ” Pra mim, isso é um passo muito grande, porque eu fiquei durante 47 anos fazendo o Quico.”
Também estão no filme nomes como Moacyr Franco, Joana Fomm, Raul Gazolla, Rogério Skylab e Fabio Porchat.
DIREÇÃO, SOM E REFERÊNCIAS
Fabricio Bittar, o diretor do longa, foi quem procurou Gentili para adaptar seu livro para as telonas. Eles ficaram quatro anos trabalhando no projeto, que, segundo os dois, é um filme “de moleque para moleque” – não tendo a ver com a idade, mas sim com o espírito. Na trilha, muito rock’n’roll.
“A gente fez pensando no que gostava de assistir”, diz Bittar, que incluiu explosões e perseguição de carro na história. Outro destaque são as referências constantes a brincadeiras dos anos 1980. Danilo diz que o filme tem duas camadas. “Eu acredito que ele fala com a molecada, com essa geração que está hoje na escola, e também pra nossa geração que vai assistir e falar ‘na minha época era mais da hora, era mais divertido’.”
TRILOGIA
A ideia é fazer três filmes sobre o tema, e o segundo, que se chamará “Como se Tornar o Pior Aluno da Faculdade“, já está super encaminhado, com roteiro bem desenvolvido. O último da sequência será “Como se Tornar o Pior Funcionário do Trabalho“. A trilogia promete.