‘Amaluna’, do Cirque du Soleil, é dominado por amazonas e exalta a força feminina

Em "Amaluna", em cartaz em São Paulo, a grande maioria dos números é feito por mulheres - e a banda também é 100% feminina


O Cirque du Soleil está em cartaz em São Paulo com “Amaluna” até dezembro. O Culturice foi conferir o espetáculo e pode atestar: é um show claramente criado para evidenciar a figura da mulher nas artes circenses – e isso é ótimo.

Como já é tradição no Cirque du Soleil, “Amaluna” tem uma história que conecta os números. A trama se passa em uma ilha habitada por mulheres: são figuras fortes, como a rainha Prospera e as amazonas (impossível não se lembrar de “Mulher-Maravilha”), engraçadas, caso da palhaça Maïnha, e doces, como a protagonista Miranda, que comemora a passagem da adolescência para a fase adulta.

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Cena de "Amaluna", do Cirque du Soleil (Divulgação)

Em meio aos rituais do aniversário, um grupo de náufragos cai na ilha. Miranda imediatamente se apaixona pelo jovem Romeo, mas o casal deve enfrentar provações para ficar junto.

Todos os números do primeiro ato de “Amaluna” são feitos por mulheres. A própria banda é inteira formada por musicistas e cantoras.

O espetáculo começa com um bom número de monociclo, no qual duas artistas fazem uma coreografia repleta de manobras arriscadas. A própria Miranda se equilibra em uma minúscula plataforma de madeira, à beira de uma enorme taça de água.

Números aéreos com panos e bambolê, além de equilibrismo e piruetas em barras, completam a boa sequência de apresentações. 

É só na segunda parte, após o intervalo, que os homens finalmente ganham algum estrelato – até então, eles foram só contrarregras. Os artistas executam um número arriscado na gangorra (na sessão em que o Culturice esteve, houve um pequeno acidente, mas parece que ninguém se machucou) e Romeo faz manobras arriscadas no pole dance. É curioso notar que há uma inversão interessante de papéis: as guerreiras e defensoras do território são as mulheres, enquanto o pole dance fica a cargo dos homens.

Um dos pontos altos do segundo ato é o número da Balance Goddess: a artista vai equilibrando 13 varas de madeira – que lembram folhas secas de palmeiras – até montar uma enorme escultura que pode cair ao menor tremor. Durante a apresentação, não há música, só o som da respiração pesada da equilibrista. O público, por outro lado, prende o fôlego. Lembre-se de maneirar nos aplausos durante o número: a artista precisa de concentração. 

“Amaluna” tem bons números aéreos, porém foca mais a terra: os artistas voam, sim, mas a partir do chão, com gangorras ou impulsos. 

O espetáculo fica em cartaz em São Paulo até 17/12 e depois cumpre temporada no Rio de Janeiro, de 28/12 a 21/1/2018.

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AMALUNA – CIRQUE DU SOLEIL

Onde: Parque Villa-Lobos. Av. Queiroz Filho, 1.315, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP.
Quando: Ter. e sex., às 21h. Sáb., 17h30 às 21h. Dom., 16h e 19h30 (em alguns dias da semana, há sessão às 17h30; confira os horários no site do evento).
Quanto: R$ 250 a R$ 700.