Crítica | ‘Star Wars – Os Últimos Jedi’ quebra dependência da trilogia antiga, mas tem ritmo desigual

Mais obscuro (porém com piadinhas demais), "Os Últimos Jedi" desenvolve bem os personagens Luke Skywalker e Kylo Ren


Chegou um dos filmes mais esperados do ano: “Star Wars – Os Últimos Jedi” estreou na quinta (14/12) para continuar a narrar a saga da jovem Rey (Daisy Ridley), que agora busca treinamento Jedi com Luke Skywalker (Mark Hamill).

Dirigido e roteirizado por Rian Johnson (de “Looper – Assassinos do Futuro”), o filme tem uma enorme qualidade, quando comparado ao seu predecessor, “O Despertar da Força” (2015): não há mais a preocupação em manter a mesma estrutura da trilogia antiga – “O Despertar da Força”, afinal (apesar de ser muito bom), é parecidíssimo com “Uma Nova Esperança” (1977).

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Cena de "Star Wars - Os Últimos Jedi", que estreia em 14/12 (Foto: Divulgação)

“Os Últimos Jedi” embarca em uma história mais original. Rey tenta convencer Skywalker a voltar à sociedade e ajudar a Resistência, que continua em batalha contra a Primeira Ordem. Traumatizado, porém, por ter perdido o sobrinho, Kylo Ren (Adam Driver), para o lado negro da Força, o Jedi resiste.

Enquanto isso, a general Leia Organa (Carrie Fisher, em seu último filme), o piloto Poe Dameron (Oscar Isaac) e o ex-stormtrooper Finn (John Boyega) tentam escapar do exército da Primeira Ordem, comandado por Ren, general Hux (Domhnall Gleeson) e pelo Supermo Líder Snoke (Andy Serkis).

Quando a Resistência fica encurralada, cabe a Finn buscar ajuda. Para isso, ele conta com o auxílio da mecânica Rose (Kelly Marie Tran).

O filme tem ótimas cenas e desenvolve bem os personagens Skywalker e Kylo Ren – as respostas para Rey, contudo, ficam meio no ar.

Embora tenha um enredo mais original, nem tudo são flores para “Os Últimos Jedi”. O filme tem um ritmo desigual: é lento no começo e acelerado no fim. Deixemos claro que não há nada de errado em longas que têm ritmo lento – eles são bem-vindos, inclusive. Mas é necessário ser interessante. A batalha demorada entre bem e mal que Rey e Kylo Ren travam, por meio de diálogos, tira emoção da história.

O treinamento de Rey com Skywalker é rápido e pouco desenvolvido.

Há personagens novos interessantes, como Rose e a comandante Holdo (Laura Dern). DJ (Benício Del Toro), porém, não mostra a que veio.

Incomodam também as piadas em quantidade grande demais – “Os Últimos Jedi” é um filme mais obscuro, mas ter tiradas engraçadas parece ser obrigação. Talvez seja essa uma característica da Disney, que controla a franquia – além, claro, de inserir personagens fofos, como a ave Porg, para vender brinquedos.

Apesar disso, “Os Últimos Jedi” é um bom filme. Está aí a desvantagem em ser um dos filmes mais aguardados do ano: fica complicado de atender as altas expectativas do público.

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