Crítica | ‘Pantera Negra’ combina bom roteiro a elenco talentoso e representativo

Além de ser o primeiro filme da Marvel a ter um protagonista negro, "Pantera Negra" ainda exalta a força das personagens femininas


“Pantera Negra”, que estreia na quinta (15/2), poderia não ser tão diferente dos outros filmes da Marvel. Como seus predecessores, ele tem bom roteiro, boa direção e é uma aventura divertida para se assistir no cinema. O longa, porém, dá um salto por dois ótimos motivos: é um filme protagonizado por um herói negro (e com elenco inteiro negro, salvo pouquíssimas exceções) e ressalta a força feminina.

Na trama, dirigida por Ryan Cooler (de “Creed – Nascido para Lutar”), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) precisa assumir o trono de Wakanda, uma nação africana que tem alta tecnologia, depois que seu pai é assassinado em um atentado, mostrado em “Capitão América – Guerra Civil”.

Já na posse da coroa, do poder do Pantera Negra e de um novo uniforme, T’Challa precisa proteger Wakanda de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou um metal poderoso chamado vibranium – que é o material responsável por fornecer tantos avanços tecnológicos e armas a Wakanda – e pretende vendê-lo. Para isso, ele conta com a ajuda de Erik (Michael B. Jordan), um ex-soldado ambicioso.

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O herói Pantera Negra em cena de seu primeiro filme solo (Foto: Divulgação)

O plano dos vilões é revelar a força de Wakanda para o mundo. E Erik, também negro, argumenta que é injusto que o resto da África e negros ao redor do planta sofram, se o povo de Wakanda poderia ajudá-los. T’Challa, por outro lado, defende que não quer dar início a uma guerra.

Ao investigar a identidade de seu novo rival, contudo, o T’Challa passa a questionar escolhas que seu próprio pai fez no passado enquanto era o rei de Wakanda.

Além de ser uma aventura interessante, o longa tem uma fotografia bonita e – ainda bem – não tem tantas piadinhas como “Thor: Ragnarok” ou outros filmes da Marvel.

“Pantera Negra” quebra paradigmas importantes. Em dez anos de carreira da Marvel no cinema (“Homem de Ferro” é de 2008), o estúdio jamais tinha dado o protagonismo a um herói negro. O roteiro vai além da cor da pele de seus personagens e discute o sofrimento e o desfavorecimento dos negros.

O elenco, majoritariamente black, une atores memoráveis – como é raríssimo ver em um único filme: Forest Withaker (vencedor do Oscar por “O Último Rei da Escócia”), Sterling K. Brown (vencedor do Globo de Ouro pela série “This Is Us”), Angela Bassett (indicada ao Oscar por “Tina”), Danai Gurira (da série “The Walking Dead”), Daniel Kaluuya (indicado ao Oscar por “Corra!”) e Lupita Nyong’o (vencedora do Oscar por “12 Anos de Escravidão”) são alguns dos principais nomes.

Além da representatividade negra, o filme ainda dá um peso enorme às suas personagens femininas. É um passo grande para a Marvel, que nunca deu o protagonismo para uma mulher – apesar de estar preparando “Capitã Marvel” e, finalmente, um filme solo da Viúva Negra. “Pantera Negra” mostra que a Marvel corre atrás da rival, DC, que fez sucesso de público e crítica com “Mulher-Maravilha”.

No longa, o protagonista T’Challa tem a ajuda fundamental, durante as mais de duas horas de filme, de três mulheres: Nakia (Nyong’o), sua ex-namorada e talentosa espiã, Okoye (Gurira), general e comandante do exército de guerreiras de Wakanda, e a princesa Shuri (Letitia Wright), responsável pelo desenvolvimento das novas tecnologias de Wakanda.

Com toda sua representatividade, “Pantera Negra” atinge o objetivo de ser um bom filme. T’Challa estará de volta em “Vingadores – Guerra Infinita”, que estreia em abril – e tomara que os outros personagens interessantes de Wakanda também apareçam.

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