Buscar uma identidade, fazer novos amigos, perder a virgindade, sair da escola e ir para a faculdade – todas essas mudanças geralmente ocorrem na passagem da adolescência para a vida adulta. “Lady Bird – É Hora de Voar”, como indica o subtítulo, trata justamente dessa fase.
O mote não é exatamente novidade no cinema. Mas a direção e o roteiro de Greta Gerwig (atriz protagonista de “Frances Ha”) e as performances de Saoirse Ronan, como a adolescente Lady Bird, e de Laurie Metcalf, que interpreta a mãe da jovem, renderam cinco indicações ao Oscar – e o longa também concorre à estatueta de melhor filme.
Na trama, Christine insiste para que seja chamada de Lady Bird. Aos 17 anos e no último ano da escola, ela busca uma identidade, uma “persona” com quem possa se identificar e, quem sabe, dar uma agitada na sua vida pacata em Sacramento, na Califórnia.
Embora não tenha chances de entrar em uma ótima faculdade (e sua mãe faz questão de lembrar-lhe disso), Lady Bird tenta convencer os pais a conseguirem um empréstimo para pagar as mensalidades. Enquanto isso, sua vida na escola vai mudando.
Lady Bird e sua melhor amiga, Julie (Beanie Feldstein), decidem entrar no grupo de teatro – Julie, gordinha e desengonçada, se sai muito melhor. Mesmo sem muito sucesso nas artes cênicas, Lady Bird conhece o jovem Danny (Lucas Hedges, de “Três Anúncios por um Crime”) e se apaixona. Mas o “blasé” Kyle (Timotheé Chalamet, indicado ao Oscar por “Me Chame pelo Seu Nome”) também chama sua atenção.
Mas não são só os garotos que trazem um certo drama à vida da menina. Na busca por si mesma, Lady Bird acaba colocando amizades preciosas em risco.
Enquanto isso, tenta incansavelmente conseguir a aprovação da mãe – e, ao mesmo tempo, manter a personalidade que escolheu e que é tão reprovada pela matriarca.
“Lady Bird” tem claros toques femininos de Greta Gerwig, um fator muito necessário ao contar uma história de uma jovem e de todos seus conflitos internos.
O longa arrebatou dois Globos de Ouro (melhor filme de comédia e melhor atriz em comédia, para Saoirse Ronan). Embora seja cativante e sensível, não tem cacife para ganhar o Oscar, que não separa as obras por gênero – é o mais fraco entre os indicados a melhor filme e deve sair da cerimônia sem nenhuma estatueta.
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