A 90ª edição do Oscar já está quase aí: a cerimônia ocorre no domingo (4/3), no Teatro Dolby, em Los Angeles, e será apresentada por Jimmy Kimmel. Com a entrega das estatuetas chegando, o Culturice decidiu esclarecer um ponto que sempre gera dúvidas entre os espectadores. Afinal, qual a diferença entre edição de som e mixagem de som?
A dúvida aumenta mais ainda porque geralmente os mesmos filmes são indicados para as duas categorias – e, na maioria das vezes, o mesmo longa ganha as duas.
A diferença entre as categorias de som é justamente o trabalho de duas equipes na produção do filme. São, portanto, categorias super técnicas – e é difícil para quem não trabalha com cinema diferenciar essas funções.
A edição de som é resultado do trabalho do time que vai ao set de filmagem munido de microfones, mesas de mixagem, cabos, booms (os microfones compridos), lapelas… A função desses profissionais é posicionar esses aparelhos para que o som das cenas seja captado de forma correta: o diálogo dos atores, os ruídos de fundo, estampidos de tiros, barulhos de explosões, etc. Ao lado do diretor, a equipe também decide como gravar tudo isso (em mono, stereo ou surround).
A estatueta de edição de som, portanto, vai para esses profissionais e para o som captado em estúdio.
Já a categoria de mixagem de som contempla outra equipe: os profissionais que, durante a pós-produção, adicionam mais sons ao filme. O técnico de mixagem pega as cenas já prontas e as finaliza: adiciona outros sons necessários ou potencializa os que já existem (como barulhos de tiros), adiciona a trilha sonora e outros ruídos que façam com que o resultado final fique equilibrado.
A estatueta de mixagem de som vai para a equipe que adiciona sons na pós-produção.
A conexão entre essas duas equipes, aliás, acontece por causa da claquete, que é batida no começo de cada cena. É o barulho dela que serve de referência para sincronizar som e imagem com perfeição.
Neste ano, dois candidatos fortíssimos nas duas categorias são “Dunkirk” e “Em Ritmo de Fuga”.
Em “Dunkirk”, a equipe de edição de som, por exemplo, teve o trabalho de captar os sons das explosões, dos aviões e ainda precisou controlar o barulho feito pela água. O time de mixagem de som precisou equilibrar tudo isso na pós-produção e provavelmente adicionou estampidos de tiros (principalmente dos aviões).
A equipe de “Em Ritmo de Fuga” também fez um trabalho primoroso: a equipe de edição captou os sons dos tiros e a mixagem os combinou com o ritmo da trilha sonora. O resultado final ficou incrível.