Crítica | ‘Rampage: Destruição Total’ é aventura mediana, cheia de clichês

Em "Rampage", estrelado por Dwayne Johnson e inspirado no game clássico, um gorila, um lobo e um jacaré gigantes ameaçam a humanidade


Não há nada novo no horizonte quando falamos de “Rampage: Destruição Total”, inspirado no game clássico, que estreia nesta quinta (12/4). O filme tem tudo do que nós já vimos por aí: um protagonista engraçado e malhado, vilões extremamente caricatos, animais furiosos e descontrolados, prédios sendo destruídos, amizade entre homem e macaco. Até mesmo o Jeffrey Dean Morgan interpreta um “repeteco” de seu Negan, de “The Walking Dead”. Mas a repetição temas não seria um problema se o filme fosse bom – o que não acontece.

Com direção de Brad Peyton (de “Terremoto: A Falha de San Andreas”, outro filme bem mediano), a trama em si não faz muito sentido. “Rampage” começa em uma estação espacial – em uma das cenas mais interessantes -, onde um experimento de edição genética (quando o DNA de vários animais é combinado) deu errado. Há um rato mutante solto na nave – quando ela explode, amostras da experiência caem na Terra. 

As cápsulas que carregam a edição genética, claro, caem somente em locais onde há animais. Uma vez fora das embalagens, o produto contamina os bichos: em pouco tempo, eles ficam enormes, fortes, ágeis e agressivos.

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George, o gorila de "Rampage: Destruição Total" (Foto: Divulgação)

Davis (Dwayne Johnson) é um especialista em primatas que trabalha em uma reserva com gorilas. Seu melhor amigo é George, um gorila albino que se comunica por linguagem de sinais (como o César, de “Planeta dos Macacos”). Ao entrar em contato com a substância, George começa a mudar. Em questão de horas, a situação foge do controle.

Para salvar o gorila, Davis tem a ajuda da doutora Kate Caldwell (Naomi Harris), que trabalhava no laboratório responsável pelo experimento – e, portanto, sabe de todos os podres dos donos do lugar, os irmãos Claire (Malin Akerman) e Brett Wyden (Jake Lacy). 

Ao gorila, juntam-se um lobo mutante e um jacaré gigantesco – os três animais passam a ameaçar a cidade. No meio da jornada, Davis e Kate acabam tendo a ajuda do agente Harvey Russell, interpretado por Dean Morgan – que, apesar de ser uma cópia do Negan, ainda é a melhor coisa do filme.

O roteiro de “Rampage” tem erros básicos. O primeiro é que não fica claro a vantagem dos irmãos Wyden em explorar a edição genética. O filme explica que o experimento poderia curar doenças, mas não diz como. Alguns personagens do início do filme, como os alunos e colegas de Davis, desaparecem sem mais nem menos. O próprio Davis é uma incógnita: sabe-se que ele cuida dos gorilas, dá aulas (a jovens biólogos? Estudantes? Novos funcionários da reserva?) e que era um agente das Forças Especiais – esse passado é mencionado em apenas um diálogo, e o espectador fica sem saber como um agente virou pesquisador de primatas. 

A vilã Claire também é péssima: é tão caricata, mas tão caricata, que só lhe faltou a clássica risada maléfica. Mas ela tem todo o resto: é bonita, maléfica, fria, gosta de explicar seus planos do mal para todo mundo.

“Rampage: Destruição Total” tem bons efeitos visuais (o mínimo que um filme desse tipo precisa ter) e muitas cenas de ação e explosão. Mas não é só isso que faz com que uma aventura seja uma boa aventura.

Assista ao trailer de “Rampage: Destruição Total”