‘Wicked’: 7 motivos para assistir ao musical na Broadway

Vai a Nova York e não sabe o que ver na Broadway? Descubra sete razões para escolher "Wicked", vencedor de três prêmios Tony


Ir a Nova York é sempre uma boa experiência. Mas a cidade oferece tantas atrações culturais que é difícil escolher o que fazer. Na Broadway, então, o desafio é maior ainda: quem é fã de teatro e de musicais se vê perdido em muitos cartazes e luzes espalhados nos arredores da rua 42, em Manhattan. Mas o Culturice te ajuda na escolha: “Wicked”, em cartaz desde 2003, vale muito a visita.

O elenco original lançou nomes que hoje têm peso no teatro e no cinema: as protagonistas foram interpretadas por Kristin Chenoweth (do filme “A Feiticeira” e das séries “Pushing Daisies” e “Glee”) e pela icônica Idina Menzel (do filme “Encantada” e dubladora da rainha Elsa, da animação “Frozen – Uma Aventura Congelante”). Atualmente, o elenco é encabeçado por Jackie Burns (que também participou dos musicais “Hair” e “Rock of Ages”) e por Amanda Jane Cooper, no elenco desde 2011.

As personagens Glinda e Elfaba em cena de “Wicked”, da Broadway (Foto: WePlann/Divulgação)

Sempre com bons atores, “Wicked” não para de atrair público. Só em Nova York, já foi visto por mais de 9 milhões de pessoas. Desde que estreou, a peça foi apresentada em cem cidades, de 14 países diferentes. São Paulo recebeu a versão brasileira de “Wicked” em 2016, com Myra Ruiz e Fabi Bang (que agora é Ariel em “A Pequena Sereia”) nos papéis principais.

Um bom plano é garantir os ingressos da Broadway antes da viagem, para não correr o risco de encontrar sessões lotadas. Com sede no Brasil, a agência WePlann vende ingressos para “Wicked” – e com vantagens: o valor é cobrado em reais e pode ser dividido em até 12 vezes no cartão de crédito. Confira aqui como adquirir seus ingressos antecipadamente.

Veja, abaixo, sete razões para não perder “Wicked”.

É a versão alternativa de um clássico

Todo mundo já acompanhou – ou, ao menos, deveria acompanhar – a saga da menina Dorothy e seu cão, Totó, que são levados por um furacão até uma terra mágica no clássico “O Mágico de Oz”, livro de L. Frank Baum que virou marcou o cinema com o filme de 1939, estrelado por Judy Garland.

Na trama, Dorothy precisa seguir a estrada de tijolos amarelos para encontrar o Mágico – a única pessoa que pode tirá-la da Terra de Oz e levá-la de volta ao Kansas, onde mora. Para realizar a tarefa, Dorothy conta com a ajuda do Homem de Lata, do Espantalho e do Leão Medroso e ainda precisa driblar a Bruxa Má do Oeste.

Mas o quão má realmente é a Bruxa Má? “Wicked”, livro de Gregory Maguire, sugere uma outra visão da história. O musical da Broadway, baseado na obra, segue a mesma linha e apresenta um prelúdio, no qual a Bruxa Má do Oeste é jovem e se chama Elfaba (o nome, aliás, veio das iniciais do autor de “O Mágico de Oz”, L.F.B). A protagonista sofre preconceito e bullying por ter nascido com a pele verde. Extremamente cobrada pelo pai, ela ainda precisa cuidar da irmã, Nessa, que não pode andar. 

Na universidade, Elfaba conhece Galinda, a linda e popular bruxa loira – que, em “O Mágico de Oz”, conhecemos como Glinda. As duas têm diferenças e entram em conflito (inclusive, disputam o amor do charmoso príncipe Fiyero, também colega de faculdade), mas, contra todas as probabilidades, desenvolvem uma bela amizade.


A complexidade das personagens

As protagonistas de “Wicked”, em cena da montagem da Broadway (Foto: WePlann/Divulgação)


Segundo “O Mágico de Oz”, a Bruxá Má do Oeste é má, e Glinda é boa. Mas é possível mesmo alguém ser 100% bom ou 100% mau? “Wicked” parte desse questionamento e mostra uma complexidade que vai além do clássico.

Elfaba, que se transformará na Bruxa Má do Oeste, tem suas razões para tomar atitudes, consideradas pelos outros como “malvadas”. Ela causa má impressão em quem não a conhece, mas só porque tenta se defender por já ter sofrido por causa de sua aparência. A jovem também não mede esforços para ajudar Nessa e para salvar os animais, causa na qual é bastante engajada.

Galinda, por sua vez, valoriza a sua popularidade. Ela gosta de ter fama e um namorado bonito – e, às vezes, vacila e coloca tudo isso acima das amizades.

Enquanto “O Mágico de Oz” coloca a Bruxa Má do Oeste e Glinda como opostas e inimigas, “Wicked” as aproxima e joga bem com o público: ora você estará ao lado de Elfaba, ora compreenderá melhor Galinda.


O debate sobre bullying e aceitação

Musicais da Broadway geralmente contam histórias felizes, com canções animadas. “Wicked” se encaixa no padrão, é verdade. Mas o espetáculo também traz uma importante mensagem sobre inclusão social.

A protagonista Elfaba sofre bullying – muitas vezes, encabeçado por Galinda – por não se encaixar no padrão estético que todos julgam ser o correto. Galinda, por outro lado, é a personificação perfeita da “beleza” esperada por todos.

Nessa, irmã de Elfaba, também sofre por sua deficiência física, enquanto o príncipe Fiyero precisa provar que é mais do que um rosto bonito. 


 

O cenário e os figurinos

Cena de “Wicked”, da Broadway (Foto: WePlann/Divulgação)

Além de ter uma mensagem poderosa, “Wicked” conquista só pelo visual. Aí vai um spoiler leve: logo que entrar no teatro, você verá um enorme dragão pendurado acima do palco.

Os cenários são assinados por Eugene Lee e pesam mais de 500 toneladas, contando a aparelhagem de iluminação e automação.

Completam o visual os figurinos de Susan Hilferty. As roupas das protagonistas  vão mudando ao longo do musical e refletem a evolução de cada uma – o vestido azul usado por Galinda, quando já assume a persona de Glinda, pesa cerca de 10 quilos.

Quando o musical foi montado em São Paulo, em 2016 (com a mesma aparelhagem técnica e os mesmos figurinos da Broadway), as perucas usadas pelas atrizes tinham fios de cabelo naturais e custavam, no mínimo, R$ 4.000 cada uma.


Prêmios

“Wicked” é um dos melhores espetáculos em cartaz na Broadway. Não apenas por divertir o público – tarefa que cumpre com louvor – mas também por ter levado três prêmios Tony, o Oscar dos musicais. Idina Menzel levou o troféu por sua atuação, e Eugene Lee e Susan Hilferty pelos cenários e figurinos, respectivamente.

O CD de “Wicked”, de 2003, ainda levou o Grammy de melhor álbum de musicais.

Ao todo, foram mais de 100 prêmios internacionais, como dois troféus Oliver Audience, do Reino Unido, três Bibi Ferreira, do Brasil, e seis Helpmann, da Austrália. 


A maquiagem de Elfaba

A pele verde de Elfaba é um dos fatos mais marcantes de “Wicked”. Criada por Joe Dulude, a maquiagem é reproduzida com rigor em todos os países nos quais “Wicked” é montado – o correto é a pele ter um tom verde uniforme, com sombras nos olhos levemente mais escuras e batom marcante. A maquiagem verde é sempre feita com o produto da M.A.C, chamado Chromake.

Segundo Myra Ruiz, que interpretou Elfaba na montagem brasileira, o processo da maquiagem é mais simples do que parece: com prática, a equipe conseguia aplicá-la em menos de 30 minutos. No camarim do teatro Renault, onde o musical foi apresentado, o time tinha modelos em desenho para atingir o padrão da Broadway.

Dulude guarda um potinho da maquiagem M.A.C assinado por cada atriz que interpretou Elfaba – o exemplar de Myra está ao lado da de Idina Menzel.


A trilha sonora

Algumas canções da Broadway transcendem o teatro (quem nunca ouviu “I Dreamed a Dream”, de “Les Miserábles”, ou “And I’m Telling You”, de “Dreamgirls”?). “Defying Gravity”, responsável pela cena clímax de “Wicked”, entra nessa seleção. Além dela, há outras boas canções como “Popular”, solo de Galinda (assista abaixo), e “Dancing Through Life”, de Fiyero.

No álbum disponível no Spotify, é possível ouvir versões com o elenco original do musical.