Crítica | ‘Megatubarão’ investe nos efeitos especiais e esquece do roteiro

Com muita computação gráfica e pouca criatividade no roteiro, "Megatubarão", com Jason Statham, é aventura mediana


Um bom filme de ação ou aventura não depende de bons efeitos especiais. Atualmente, para estúdios e produtores, parece que a computação gráfica tem tanta importância quanto o roteiro ou a direção. Ora, se isso fosse verdade, “Megatubarão”, estreia desta semana, seria melhor que “Tubarão” (1975).

Na década de 1970, Steven Spielberg dirigiu a trama sobre um tubarão branco assassino. Pelos poucos efeitos disponíveis na época, o tubarão era um robô (na verdade, foram usados três robôs) e ele nem aparece tanto – só o vemos depois de 80 minutos de filme. Mesmo assim, “Tubarão” é um filmaço. 

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Cena de "Megatubarão", de Jon Turteltaub (Foto: Divulgação)

“Megatubarão” traz um bicho pré-histórico de quase 30 metros – e, claro, cheio de efeitos especiais. Mesmo assim, não chega perto do clássico de Spielberg. O longa, dirigido por Jon Turteltaub (“Última Viagem a Vegas”), se contenta em ser só mais uma aventura, com roteiro fraco e sem nenhuma novidade.

Jason Statham interpreta Jonas Taylor, um homem especializado em mergulhar com submarinos para explorar o mundo subaquático. Depois de um trauma, porém, ele vive aposentado – e frequentemente bêbado – na Tailândia. 

Taylor é forçado a voltar à ativa quando uma equipe – que conta com sua ex-mulher – fica presa no fundo do mar, na China. O submarino dos cientistas, que exploravam uma profundidade jamais atingida, é atacado por um grande animal.

O resgate do time, contudo, faz com que o grande animal chegue à superfície: trata-se de um megalodonte, uma espécie primitiva de tubarão.

Taylor e a equipe, que também tem a corajosa chinesa Suyin (Bingbing Li), precisam matar o bicho antes que ele chegue a uma praia populosa.

Convenhamos: antes mesmo de assistir a um filme como “Megatubarão”, não esperamos uma obra-prima. Mas o longa também explora mal o básico. Poderia haver muito mais cenas de ação, ataques e confrontos com o tubarão gigante. No meio da história, há dramas pessoais dos personagens, que são mal desenvolvidos e dispensáveis.

“Megatubarão” acaba sendo uma diversão ok. Junta-se a “Do Fundo do Mar” (1999) e a outros filmes sobre o predador aquático que tentam chegar aos pés de “Tubarão” e falham.

Assista ao trailer de “Megatubarão”