Crítica | ‘Escobar: A Traição’ tenta inovar ao mostrar história de amante de narcotraficante

Com Penélope Cruz e Javier Bardem, o filme acompanha a jornalista Virgina Vallejo e Pablo Escobar - cuja história já conhecemos bem


Há temáticas que entram na moda. Depois do sucesso da série “Narcos”, que mostrou Wagner Moura no papel do narcotraficante Pablo Escobar, o império da cocaína da década de 1980 ganhou outros seriados (como “Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico”) e filmes (“Escobar: Paraíso Perdido”, “Conexão Escobar”…). O resultado? Já sabemos de cor e salteado a história de Pablo Escobar (1949-1993).

“Escobar: A Traição”, que estreia nesta quinta (23/8) tenta inovar ao mostrar também a trajetória de Virginia Vallejo (interpretada por Penélope Cruz), famosa jornalista na Colômbia que teve um caso amoroso com Pablo Escobar (Javier Bardem). O roteiro do longa, de Fernando León de Aranoa, que também assina a direção, é baseado no livro da própria Virginia.

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Javier Bardem interpreta Pablo Escobar (Foto: Divulgação)

Só que “Escobar: A Traição” é um filme dividido: metade das cenas acompanham a jornalista e a outra metade, Escobar. E, apesar da boa atuação de Bardem, nós já sabemos a história dele.

Seria mais interessante se o longa mostrasse toda a história de Escobar pelo ponto de vista de Virginia – essas são, sem dúvida, as partes mais interessantes. A jornalista vê Escobar ascender, deixa-se levar, coloca sua credibilidade e seu emprego em risco e observa o homem tornar-se menos humano pouco a pouco.

O filme, porém, também mostra as negociações de Escobar com seu cartel, sua relação com a esposa e com os filhos, sua tentativa de entrar na política, sua facilidade em ordenar assassinatos, a Catedral (prisão que mais parecia um castelo) e, claro, sua morte – tudo que nós já vimos várias vezes.

Com duração de 2 horas e 3 minutos, “Escobar: A Traição” acaba ficando cansativo porque mostra pouquíssimas novidades.

Assista ao trailer de “Escobar: A Traição”