“Mary Poppins” (1964), com Julie Andrews, encantou várias gerações com a divertida e mágica, ainda que severa, babá Mary Poppins – tudo acompanhado pelas canções e mistura com desenhos animados da Disney. O diretor Rob Marshall encarou um desafio grande: trazer Poppins de volta ao cinema. “O Retorno de Mary Poppins”, agora com Emily Blunt, estreia na quinta-feira (20/12).
Na trama, Jane e Michael Banks (interpretados por Emily Mortimer e Ben Whishaw) agora são adultos – no filme original, eles eram as crianças cuidadas por Mary Poppins. Viúvo, Michael vive na antiga casa da família com seus três filhos.
O problema é que ele se atrapalhou com as finanças e agora pode perder o imóvel – sua única esperança é encontrar um certificado que prova que seu pai lhe deixou ações no banco.
Enquanto os irmãos Banks tentam salvar a casa, aparece Mary Poppins – e ela chega voando, claro. Poppins se encarrega de cuidar das crianças, enquanto o pai e a tia se dedicam a procurar o documento.
“O Retorno de Mary Poppins” acerta em repetir a estrutura do longa original – para que, afinal, mexer no que está bom?
Em “Mary Poppins” (1964), a babá e as crianças eram acompanhadas do divertido limpador de chaminés Bert (Dick Van Dyke). No novo filme, eles têm a companhia de Jack (Lin-Manuel Miranda), um acendedor de lampiões que também é muito bem-humorado e exímio dançarino.
Se no longa dos anos 1960, Mary Poppins encantou Jane e Michael – e o público – ao arrumar o quarto entoando “A Spoon Full of Sugar”, ela agora repete o feito na hora do banho com “Can You Imagine That”.
As crianças da nova trama, Anabel, John e Georgie, também se encantam com um mundo de desenho animado – até os pinguins estão por lá.
A canção final de “O Retorno de Mary Poppins”, “Nowhere to Go But Up”, lembra bastante “Let’s Go Fly a Kite”, que encerra o filme original.
Até mesmo Dick Van Dyke retorna para uma aparição especial como o banqueiro Dawes Jr. (no filme de 64, ele interpretou Dawes Senior).
E o objetivo de Mary Poppins continua o mesmo: melhorar o relacionamento entre pais e filhos, afetado pela seriedade dos adultos e sua preocupação com dinheiro.
Apesar das boas atuações (além de Emily Blunt, muito bem no papel de Poppins, o elenco conta com Julie Walters, Colin Firth e Meryl Streep, em participação especial), “O Retorno de Mary Poppins” não tem o brilho do longa clássico. As canções não são tão marcantes – de fato, esta repórter saiu do cinema cantarolando as músicas antigas, e não as novas.
Rob Marshall também parece não ter se inspirado muito nas coreografias, uma de suas marcas registradas. Salvo a dança executada por Jack e seus colegas, não há nenhuma outra coreografia muito icônica.
Apesar de não ter o brilho do original “Mary Poppins”, “O Retorno” certamente traz nostalgia aos adultos e alegria às crianças que conhecerão a encantadora Mary Poppins pela primeira vez.