É difícil definir “Diamantino”, filme vencedor da última edição da Semana da Crítica em Cannes e que acaba de estrear nos cinemas brasileiros. O Culturice assistiu ao longa na cidade francesa, em maio, e presenciou a empolgação dos organizadores do festival durante a primeira exibição por lá.
Logo no começo, o protagonista, um astro do futebol, aparece em campo em meio a cachorros gigantescos e a uma nuvem rosa que mais parece algodão doce. E é preciso embarcar nesse roteiro delirante para curtir a experiência, já que os elementos surreais aparecem durante todo o tempo.
A referência ao craque Cristiano Ronaldo é clara: a postura, a nacionalidade, a vaidade, o corte de cabelo. Mas, no filme, o personagem não consegue lidar com um momento de fracasso e é totalmente manipulado pelas irmãs.
A história começa quando Diamantino (Carloto Cotta), considerado o melhor futebolista do planeta, está pressionado para o jogo da final da Copa do Mundo. Ele se sai mal, é massacrado pela crítica e decide encerrar a carreira.
Em meio a esse rebuliço todo, o famoso atleta toma a decisão de adotar um refugiado, mas suas duas irmãs gêmeas, além de não gostarem da ideia, têm outros planos para ganhar mais dinheiro. Pretendem clonar o irmão para multiplicar (e vender) sua habilidade no esporte. O rapaz é talentosíssimo, mas extremamente infantil. Bobão mesmo. Apesar de suas trapalhadas, vai cativando a plateia com sua ingenuidade e delicadeza na voz.
Dirigida pelo português Gabriel Abrantes e pelo americano Daniel Schmidt, a sátira é cheia de alucinações e traz um tom escrachado. Também faz referência aos “muros de Trump”, batendo na tecla de que Portugal precisa se separar do resto da Europa.
Um dos produtores do longa é o brasileiro Daniel van Hoogstraten, da Syndrome Films, com distribuição da Vitrine Filmes. No elenco, além de Carloto Cotta, nomes como Cleo Tavares, Anabela Moreira, Margarida Moreira, Joana Barrios e Maria Leite.
