O mais impressionante em Ney Matogrosso é que qualquer show dele exerce um fascínio incrível no público, independentemente do repertório. Você pode saber uma, duas, todas as músicas ou nenhuma. Vai sair sempre impactado.
E é o que acontece com sua nova turnê, “Bloco na Rua”, apresentada em São Paulo pela primeira vez neste fim de semana com três shows lotados no Tom Brasil – e com mesmo setlist da estreia nacional, no Rio, em janeiro.
Ney Matogrosso durante estreia da turnê “Bloco na Rua” no Tom Brasil, em SP (Fabiana Seragusa/Divulgação)
Lançada em 1973 por Sérgio Sampaio, “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua” foi a escolhida para dar início ao espetáculo, que dura cerca de 1h30 e começa com Ney vestindo uma roupa dourada (do estilista Lino Villaventura) com um capuz que cobre todo o seu rosto – desvendado logo em seguida.
Depois, as famosas “Jardins da Babilônia” (Rita Lee) e “O Beco” (Paralamas) colocam o público para cantar. Em um momento mais romântico, digamos assim, ele canta a recente composição de Chico Buarque, “Tua Ciranda”, seguida de “Mais Feliz” (Adriana Calcanhotto), “A Maçã” (Raul Seixas) e “Yolanda” (Chico). É lindo.
Veja trecho de “O Beco”:
Ainda tem espaço para duas canções do compacto duplo lançado por Ney e Fagner em 1975: “Postal do Amor” e “Ponta do Lápis” – essa última acompanhada de projeções que reforçam a força dos índios, também lembrados durante a turnê anterior, de “Atento aos Sinais”.
Esse espetáculo, aliás, rodou o Brasil durante cinco anos. Foi a turnê mais longa realizada por Ney, que aos 77 anos inova, surpreende e se reinventa a cada nova experiência.
Ney durante show na sexta (29), em SP (Fabiana Seragusa/Culturice)
“Bloco na Rua” também traz uma versão dançante de “O Último Dia” (Paulinho Moska) e fecha com “Sangue Latino” (Secos & Molhados). No bis, “Coração Civil” (Milton Nascimento) e duas canções que ele nunca havia cantado, “Como 2 e 2” (Caetano) e “Feira Moderna” (Beto Guedes).
A talentosa banda, responsável pelos arranjos refinados, é formada por Sacha Amback (direção musical e teclado), Marcos Suzano (percussão), Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), Mauricio Negão (guitarra), Aquiles Moraes (trompete) e Everson Moraes (trombone).
Ney com sua banda ao final do espetáculo de sexta (29), em SP (Fabiana Seragusa/Culturice)
A agenda de shows de abril já tem confirmadas apresentações em Salvador (5/4), São Caetano do Sul (13/4), Curitiba (27/4) e Pelotas (30/4). Veja mais datas pela página no Facebook.
Ney durante show na sexta (29), em SP (Fabiana Seragusa/Culturice)
Ney durante show na sexta (29), em SP (Fabiana Seragusa/Culturice)
