‘Relatos Efêmeros da França Antártica’ estreia no Festival de Curitiba com proposta ousada

Ondina Clais e Guilherme Leme estão no elenco da nova peça de Francisco Carlos, que fala sobre a colonização francesa no Rio


Não é todo mundo que sabe ou se lembra da tentativa de colonização francesa realizada no Rio de Janeiro de 1555 a 1560, a partir da criação da chamada França Antártica na baía de Guanabara. E é por isso que o novo espetáculo escrito e dirigido por Francisco Carlos tem o desafio de se manter interessante enquanto explica didaticamente detalhes históricos do período.

Cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)

Ondina Clais, Guilherme Leme e mais 10 atores sobem ao palco para encenar os quatro atos da peça “Relatos Efêmeros da França Antártica”, que teve sua estreia nacional no domingo (31) e na segunda (1º) no Teatro da Reitoria, na programação do Festival de Curitiba. Também integram o elenco Begê Muniz, Conrado Costa, Débora Sttér, Elisa Telles, Gabriel Muglia, Hércules Morais, Lucas Fiorello, Majeca Angelucci, Roberto Borestein e Vinícius Franzolini.

Guilherme Leme em cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)

Assinado por Miguel Aflalo, o bonito cenário traz dezenas de vasos com plantas de diferentes tipos, simbolizando a mata brasileira invadida pelos forasteiros. A figura do índio ganha destaque a partir do segundo bloco, expondo o caráter ora afetuoso, ora violento da “relação”.

Ondina Clais em cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)

Temas como sexo, desejo, exploração, estupro e imposição de religião são abordados em cena em meio a um clima de mistério, invenção e realidade. As diferenças étnicas e culturais vão ficando cada vez mais latentes e se conectam com questões discutidas ainda hoje em dia, quase 500 anos depois.

Destaque para a atuação e os movimentos corporais de Ondina no primeiro bloco, para a boa iluminação durante todo o espetáculo e para o humor irônico de Guilherme na segunda parte da apresentação.

Ainda em fase de acertos, a peça teve trechos cortados da primeira para a segunda sessão – e deve ganhar mais ritmo com o tempo. A ideia é levar a montagem a São Paulo no segundo semestre, ainda sem data confirmada.

Roberto Borestein e Ondina Clais em cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)

Gabriel Muglia em cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)


Elisa Telles em cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)


Cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)
Cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)
Cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)
Cena de “Relatos Efêmeros da França Antártica” (Annelize Tozetto/Divulgação)