A programação da 11ª edição da Bienal Sesc de Dança foi divulgada nesta quinta (22) e abarca produções vindas de 8 estados brasileiros e de outros 11 países. A maratona inclui 70 atrações diversificadas, com espetáculos, performances e ações formativas que pretendem discutir temas atuais.
Realizado de 12 a 22/9 no Sesc Campinas e em vários outros locais da cidade, o evento tem ingressos gratuitos ou por até R$ 40 – a venda já começou.
Estarão por aqui artistas da Alemanha, Argentina, Áustria, Colômbia, Espanha, França, Suíça, dos Estados Unidos, de Portugal, do Uruguai e da Coreia do Sul, responsável pela apresentação de estreia do festival.
Dias 12 e 13/9, no Sesc Campinas, eles encenam “Dancing Grandmothers”, coreografada e dirigida por Eun-Me Ahn, conhecida como a “Pina Bausch de Seul”. Na montagem, jovens bailarinos se juntam a 10 senhoras em uma enorme pista de dança onde toca música folclórica e contemporânea.
Outros destaques internacionais são “Happy Island” (dias 14 e 15 no Teatro Castro Mendes), uma coprodução entre a companhia portuguesa Dançando com a Diferença e a coreógrafa espanhola La Ribot, que fala dos desejos mais íntimos, dos sonhos e da beleza dos intérpretes, e “Every Body Electric” (18 e 19 no Sesc Campinas), da coreógrafa austríaca Doris Uhlich, na qual pessoas com deficiências físicas exploram as possibilidades de suas disformidades.
Do Brasil, trabalhos como “A Invenção da Maldade”, do coreógrafo piauiense Marcelo Evelin, e “Strip Tempo”, dirigido pelo baiano Jorge Alencar, chegam ao estado de São Paulo pela primeira vez. E o público também poderá ver ou rever obras de nomes importantes da dança, caso de Wagner Schwartz (“A Boba”), Marta Soares (“O Banho”), Alejandro Ahmed (“Z”), Thiago Granato (“Trrr”) e Vera Sala (“Procedimento 2 para Lugar Nenhum”).
Diversidade e valorização
O diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, aproveitou o evento de divulgação da 11ª Bienal de Dança para destacar a programação, que trata, sobretudo, segundo ele, da “invisibilização dos corpos marginalizados”, discutindo a gordofobia, a questão da deficiência na dança e o racismo.
“A dança tem um modo de apresentar isso de forma muito mais expressiva. Portanto, a pluralidade tem uma força muito especial nesse campo, quebrando preconceitos e valorizando as pessoas de modo completo”, diz.
Danilo também destacou o alto número de trabalhos inscritos neste ano: foram 1.229 no total, quase o dobro do registrado da edição anterior. A curadoria, assinada por Cristian Duarte, Fabricio Floro, Luciane Ramos, Rita Aquino e Silvana Santos, teve o difícil trabalho de selecionar os participantes (cerca de 70% das atrações) e definir companhias e artistas convidados.
De acordo com Fabricio, a Bienal não tem um tema pré-estabelecido, então os projetos apresentados na convocatória é que apontaram os eixos e temas a serem compartilhados como o público. “As obras dizem muito sobre como reexistir e de como resistir, nesse momento. A seleção diz muito sobre isso.”
Além de espetáculos e performances, a programação investe em uma série de ações formativas, incluindo lançamento de livro, mesas de discussão, aulas, um microsseminário de crítica e um debate sobre dramaturgia.
Bienal Sesc de Dança 2019
Onde: Sesc Campinas – Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, Campinas + outros espaços (programação completa aqui)
Quando: 12 a 22/9
Quanto: grátis a R$ 40; à venda pelo site do Sesc