Foram 11 dias repletos de atividades artísticas espalhadas por vários locais de Campinas. Realizada de 12 a 22/9, a 11ª edição da Bienal Sesc de Dança contou com atrações vindas de 12 países, incluindo espetáculos, performances e ações formativas. Segundo a assessoria, o público total foi de cerca de 22 mil pessoas.
O Culturice assistiu a 5 apresentações, na quarta (18) e na quinta (19), e observou a busca dos curadores em abrir espaço a obras que expusessem, de forma explícita ou não, o preconceito de forma geral – e a beleza e a força em tentar combatê-lo.
No belíssimo “Violento.”, por exemplo, o ator mineiro Preto Amparo expõe de forma doce e impactante o racismo enraigado na sociedade. A performance inicial, quando ele caminha em meio ao público sempre com um carrinho de polícia seguindo seus passos, é de uma força incrível.
Já em “Bola de Fogo”, o artista Fábio Osório Monteiro, vestido de baiana, prepara acarajé enquanto fala sobre momentos de sua vida e carreira. Além de citar o estranhamento que pode causar um homem vestido assim, ele conta ao público como foi o momento de dizer a seu pai que era gay.
Outra amostra dessa discussão pertinente sobre aceitação foi o espetáculo austríaco “Every Body Electric”, da coreógrafa Doris Uhlich. Nele, três artistas de cadeiras de rodas realizam uma série de malabarismos, em uma simbiose entre máquina e corpo. Ao som de batidas eletrônicas, eles mostram que podem superar limites e vencer preconceitos.
Realizada pelo Sesc São Paulo com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Bienal Sesc de Dança teve como curadores Cristian Duarte, Fabricio Floro, Luciane Ramos, Rita Aquino e Silvana Santos.
Espetáculo suíço em São Paulo
“Normal”, que esteve em cartaz na Bienal, também fará uma sessão no Sesc Consolação no dia 26/9. A obra da companhia suíça Alias, dirigida pelo brasileiro Guilherme Botelho, apresenta corpos que caem e se levantam.
A repetição vai criando uma atmosfera complexa, fazendo com que o público projete suas próprias memórias ali. A sessão começa às 21h, com ingressos a R$ 12 e R$ 40.