Não perca a chance de ver o filme “Meu Pai” (“The Father”), que acaba de chegar ao streaming. É uma oportunidade de ouro poder prestigiar, direto de casa, uma obra tão delicada e impactante assim, com elenco marcante e roteiro precioso sobre um homem de 81 anos com Alzheimer.
A produção é uma adaptação da peça homônima de Florian Zeller, dramaturgo francês que assina a direção do longa. Na história, o protagonista começa a se esquecer das coisas, confundir assuntos e abomina a presença de uma enfermeira em sua casa em Londres, coisa que sua filha tenta a todo custo colocar em prática. Afinal, ela não consegue passar 24h por dia com ele.
Mas a primeira observação que precisa ser dita é: Anthony Hopkins está espetacular. Brilhante em cada cena, ele demonstra por meio do olhar e de sutis expressões todo o desespero do personagem, que morre de medo de estar enlouquecendo. Ele passa a não se lembrar onde colocou o relógio, por exemplo, faz confusão sobre a filha se mudar ou não para outro país, não reconhece algumas pessoas que aparecem do nada em sua casa.
Ele muitas vezes disfarça, finge que se lembra, tenta enganar os outros e a si próprio sobre suas dúvidas e seus esquecimentos. É comovente demais.
Outra preciosidade do elenco é Olivia Colman, que interpreta a filha. O processo de agravamento da demência de seu pai, cada vez mais preocupante, coloca seus sentimentos à prova e seus planos em jogo. Como cuidar de alguém que não quer ser cuidado? Como conciliar a dedicação com sua saúde com o trabalho e o casamento? Como lidar com a doença?
“Meu Pai” recebeu seis indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (Anthony Hopkins), Melhor Atriz Coadjuvante (Olivia Colman), Melhor Roteiro Adaptado (Christopher Hampton), Melhor Edição e Melhor Design de Produção. A cerimônia está marcada para 25 de abril.
Também vale ressaltar o fato de o filme fazer com que o público tenha o ponto de vista de Anthony (personagem e ator têm o mesmo nome). Isso quer dizer que em certo momento você vê uma atriz fazendo o papel da filha, mas, em outra ocasião, surge outra mulher dizendo ser a mesma filha.
O pai fica completamente desesperado e confuso, e a gente também. Assim como detalhes do apartamento, que ora aparece de determinado jeito, ora de outro. Alguém mudou de propósito? Ou a gente que não se lembra como era?
A peça teatral de Florian, que serviu de base para o filme, já ganhou versão brasileira em 2016 com o nome de “O Pai”, com o papel-título interpretado pelo ator Fulvio Stefanini.
O filme chega nesta sexta-feira (9) às plataformas digitais Now, Itunes (Apple TV) e Google Play. A partir do dia 28 de abril, o longa também entra no catálogo da Sky Play e da Vivo Play.
Veja o trailer de “Meu Pai”: