Com um dos enredos mais inusitados do cinema, o filme “EO” mostra a vida de um burro (o animal mesmo), que viaja pela Europa mudando de tutor e vivenciando o melhor e o pior da humanidade. A história emociona e prende a atenção pela forma original e profunda que trata do assunto.
O longa foi exibido durante o Festival de Cannes 2022 nos dias 19 e 20 de maio recebeu o Prêmio do Júri, mais do que merecido, pela reação da plateia durante as exibições.
Cena do filme “EO” (Divulgação)
O roteiro e a direção são de Jerzy Skolimowski, cineasta, roteirista, dramaturgo e ator polonês de 84 anos, com elenco composto de nomes como Isabelle Huppert, Sandra Drzymalska, Lorenzo Zurzulo e Kosciukiewicz Mateusz.
Na trama, o burro parece chorar quando é obrigado e abandonar a sua parceira de picadeiro, em um circo, e ser levado para longe, ao mesmo tempo que parece gritar enquanto torcedores fanáticos que acompanham uma partida de futebol. É tudo muito contemplativa e faz o público pensar a todo o momento, não só em relação aos sentimentos do animal, mas em como a gente costuma ignorar tudo à nossa volta, de forma mesquinha e, por que não dizer, absurda.
O nome do filme “EO” (“ió”) serve para retratar o som que os burros fazem.
“EO” recebeu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes (Divulgação)
Foi com certa surpresa que o simpático burro filmado por Jerzy Skolimowski parece ter conquistado a imprensa no Festival de Cannes. Era difícil imaginar que o animal que dá nome a “EO” –”ió” em português, como o som que os burros fazem– levaria o público numa jornada tão dramática, divertida e intensa.
É com muita habilidade que Skolimowski, em sua sexta tentativa de levar a Palma de Ouro –ele já embolsou outros prêmios com “Vivendo Cada Momento” e “Estranho Poder de Matar”–, deixa seu público entretido. Tecnicamente, o filme se destaca, em especial por sua fotografia cuidadosamente pensada para fazer o protagonista animal mais relacionável com a plateia humana.
