“O Homem Cordial”, com Paulo Miklos e Thaíde, estreia hoje nos cinemas

Filme dirigido por Iberê Carvalho aborda temas como racismo e cultura do cancelamento


Paulo Miklos é o protagonista de “O Homem Cordial” (Divulgação)

O personagem interpretado por Paulo Miklos, Aurélio, está fazendo um show com sua banda de rock até que de repente o público começa a se revoltar, jogar latas no palco e insultar o músico. Só depois é que ele descobre que um vídeo seu protegendo um garoto negro acusado de roubo viralizou nas redes sociais – e que um policial foi morto logo depois da confusão, fazendo com que ele, o artista famoso, fosse chamado de “defensor de bandido”.

O cerne de “O Homem Cordial”, que estreia nesta quinta (11) nos cinemas brasileiros, é mostrar exatamente como as coisas funcionam atualmente, com situações que já vivemos ou já ouvimos falar ou podem acontecer a qualquer momento, ao nosso redor. 

Thaíde também está no elenco ao lado de nomes como Dandara de Morais, Thalles Cabral e Theo Werneck (Divulgação)

Este segundo longa-metragem do diretor Iberê Carvalho, que assina “O Último Cine Drive-in” (2015), ganhou dois prêmios de Festival Internacional de Gramado em 2019, de melhor ator (Paulo Miklos) e melhor trilha musical (Sascha Kratzer). Também já participou dos festivais de Chicago (EUA), Beijing (China) e Marseille (França).

Na história, escrita pelo próprio Iberê ao lado de Pablo Stoll, após o episódio do show caótico, o astro do rock passa a fugir dos ataques de grupos radicais pelas ruas, quando conhece uma jornalista (Dandara de Morais) que o ajuda a buscar as respostas para essa confusão. Juntos, e com a ajuda de um amigo (Thaíde), eles tentam entender o motivo da morte do policial e o desaparecimento do jovem acusado de roubo. 

Paulo Miklos e Dandara de Morais em cena do filme de Iberê Carvalho (Divulgação)

“As redes sociaiso o ambiente perfeito para que ocorra o efeito manada, ou seja, quando um grupo de indivíduos segue a opinião ou ação de outros de forma irracional, sem analisar os fatos e fundamentos”, diz o diretor. “No filme, vemos como cada comentário, cada postagem, cada curtida ou compartilhamento em uma fake news tem um impacto direto na vida de alguém no mundo real. E esse impacto se potencializa dependendo de que grupo social ou étnico você pertence.”

Outro tema importante do filme é a discussão do racismo, a partir das experiências diversas entre os personagens e de como eles são tratados. “Discutir a branquitude me parece fundamental em uma postura antirracista. E a polícia, no Brasil, é a instituição criada para garantir, com uso da força, o privilégio da branquitude”, afirma Iberê.

O elenco também conta com Thalles Cabral, Theo Werneck, Fernanda Rocha, Bruno Torres, Murilo Grossi, Mauro Shames, Felipe Kenji, Tamirys O’Hanna e André Deca. A produção é de Quartinho Direções Artísticas, Pavirada Filmes, Acere e Momento Filmes. A distribuição é da O2 Play.

Paulo Miklos interpreta um astro do rock que sofre cancelamento na internet (Marcelo Vittorino/Divulgação)