Mouhamed Harfouch levou dois anos para escrever o roteiro de “Meu Remédio”, um monólogo que revisita sentimentos íntimos a partir da relação do artista com o seu nome e sua herança cultural.
“Eu tinha certeza sobre o que queria falar, sabia onde gostaria de terminar, mas tinha muitas dúvidas de como chegar e de como começar a peça, literalmente”, diz o ator, em entrevista ao Culturice.
“O caminho foi jogar com a verdade, sem pudor, me desnudar mesmo, revirar o baú da minha infância para entender vários sentimentos que hoje, com a maturidade, enxergo com mais clareza e distanciamento.”

A peça estreou em 10 de janeiro e permanece em cartaz até 16 de fevereiro no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, com sessões de quinta a domingo.
“Meu Remédio” chega para celebrar os 30 anos de carreira de Mouhamed, que já participou de mais de 40 produções teatrais e também se destaca em papéis na televisão e no cinema. Recentemente, participou do musical “Querido Evan Hansen”, do filme “Nosso Lar 2” e das séries “Rensga Hits” e “Betinho”.
Agora, com o novo monólogo, dirigido por João Fonseca, o artista mergulha no universo árabe ao relembrar episódios importantes que fizeram parte de sua jornada, compartilhando com a plateia o impacto de suas escolhas em sua trajetória profissional e na vida pessoal.

Com drama, comédia e música, ele aborda temas relacionados à identidade, ao pertencimento e à aceitação de sua própria história.
Mouhamed conta que a peça nasceu da vontade de entender e compartilhar a relação com o seu nome. “Sou filho de imigrantes – sírios por parte de pai e portugueses por parte de mãe. Crescer com um nome tão emblemático em um Brasil dos anos 70, em que o preconceito e a dificuldade de aceitação eram muito presentes, não foi fácil.”
“Cada nome guarda uma história. Somos um país de muitas histórias, uma mistura de muitas origens. Assim como eu e milhares de brasileiros. Somos um povo forjado na pluralidade. Espero com a minha história poder divertir, emocionar e trazer reflexões, se possível. Enfim, espero magia sem truque, mas com muito teatro! (risos)”

Sobre o nome do espetáculo, ele dá algumas pistas. “Tem vários simbolismos. Alguns eu posso expor aqui, outros tem que assistir para entender”, brinca.
“Conhecer e aceitar sua origem, história e caminhada é curativo. O próprio teatro é curativo e, sem dúvida, me ajudou e ajuda a apaziguar muita coisa dentro de mim. Mas ‘Meu Remédio’ tem um significado mais direto no espetáculo, quem for, vai entender!”
“Meu Remédio”
Onde: Teatro Ipanema | Rua Prudente de Morais, 824, Rio de Janeiro
Quando: 10 de janeiro a 16 de fevereiro | Qui. a sáb.: 20h. Dom.: 19h
Quanto: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada); à venda aqui
+ infos: 75 minutos; classificação: 10 anos