O filme italiano “Le Otto Montagne” (“As Oito Montanhas”) ganhou as telas do Festival de Cannes nos dias 18 e 19 de maio. As brigas e os sentimentos familiares permeiam a produção, que leva a solidão às últimas consequências.
A história acompanha a amizade entre Pietro (interpretado por Lupo Barbiero) e Bruno (Cristiano Sassella), que se conhecem ainda na pré-adolescência num pequeno vilarejo. Bruno é o garoto que mora ali, em um lugar praticamente sem população, enquanto Pietro vem da cidade, sempre de férias.
Após uma série de brigas e desentendimentos entre as famílias, eles voltam a se encontrar adultos – agora, vividos pelos atores Luca Marinelli e Alessandro Borghi. Quando Pietro descobre que seu pai lhe deixou, em seu testamento, uma casa abandonada na montanha, ele e Bruno combinam de passar um verão por lá reformando tudo.
E é lá que os dois passam a se encontrar ocasionalmente, trocando informações, sabendo um da vida do outro e matando a saudade. E aos poucos um deles vai ficando cada vez mais recluso e acaba se mudando para lá, afastado de tudo, em um lugar ermo e rude, sem qualquer contato com a civilização, enquanto o outro se joga pelo mundo em busca de novas culturas.
Mas a conexão entre eles permanece – e o público vai embarcando nessas idas e vindas, de forma lenta e muitas vezes agoniante.