“Logan” é um filme diferente de todos os da série “X-Men” e dos longas solos sobre Wolverine. Seguindo o modelo de “Deadpool”, ele é proibido para menores de 16 anos por conter palavrões e sequências muito violentas. O filme deixa isso bem claro desde o começo: a primeira fala que aparece é “porra”.
A violência e os palavrões, que sempre acompanharam Wolverine nas histórias em quadrinhos, contribuem para o filme, claro. Mas é importante dizer que o longa não funcionaria sem uma grande história. E o roteiro de James Mangold, que também dirige o longa, dá conta do recado muito bem.
A trama se passa em 2024, quando praticamente todos os mutantes já estão extintos. Logan, também conhecido como Wolverine (Hugh Jackman), está claramente mais velho. Seu poder de regeneração também já não é mais o mesmo —quando as garras de adamantium saem, ele sente mais dor do que antes.
Em cena, Logan (Hugh Jackman) e Laura, a X-23 (Dafne Keen) (Foto: Divulgação)
Ele trabalha no sul dos Estados Unidos como motorista de limusine e gasta o pouco dinheiro que ganha para comprar remédio para o professor Xavier (Patrick Stewart), que agora está na casa dos 90 anos. Ele está senil, sofre de demência e tem convulsões —que afetam todos a sua volta, por causa de seu alto poder telepático. Para tentar controlá-lo, Logan o mantém em um tanque de ferro, onde Xavier também recebe cuidados de Caliban (Stephen Merchant), um mutante albino que pode rastrear outros humanos com super-poderes.
As suas infelizes vidas mudam quando eles conhecem Laura (Dafnee Keen), uma menina de 11 anos que é tão (ou ainda mais) letal que Wolverine. Na verdade, ela tem os mesmos poderes que ele: pode se regenerar e tem garras de adamantium. Os dois descobrem que ela foi criada em laboratório, junto com outras crianças mutantes, e que foi educada exclusivamente para ser uma arma. Quando a empresa por trás do terrível experimento decidiu que encerraria e projeto (e, assim, mataria todas as “cobaias”), Laura teve a ajuda de uma enfermeira para fugir.
Só que a empresa ainda quer apagar seus traços. A menina é perseguida pelo implacável Pierce (Boyd Holbrook, da série “Narcos”) e seus soldados altamente armados.
Contrariado, Wolverine decide concordar com o professor Xavier e topa levar Laura do México até o Canadá, onde, supostamente, há um refúgio para os mutantes que ainda sobrevivem.
O longa se passa praticamente inteiro na estrada, com os mutantes sendo perseguidos pelo laboratório de Laura, também conhecida como X-23.
“Logan” é, sem sombra de dúvidas, muito emocionante para qualquer fã de X-Men, seja só do cinema ou também das histórias em quadrinhos e séries de televisão. O filme mostra, sem cerimônias, Wolverine e Xavier, dois dos personagens mais queridos do público, velhos, doentes, cansados, praticamente apenas esperando a morte. E sozinhos —eles são, agora, a única família um do outro.
Esse é, aliás, uma das principais qualidades do filme: nele, os personagens atingem uma profundidade nunca antes mostrada no cinema.
E, claro, a obra também emociona por ser a despedida de Hugh Jackman, que interpretou Wolverine por impressionantes 17 anos. O ator australiano esteve no Brasil para divulgar “Logan”, e o Culturice bateu um papo com ele. Veja o vídeo da entrevista aqui.
Avaliação: Muito bom.
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