“A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell”, que estreia nesta quinta (30), é a versão norte-americana em live-action para o anime japonês “Ghost in the Shell” (1995), de Mamoru Oshii, que, por sua vez, é baseado no mangá de Masamune Shirow.
Sob direção de Rupert Sanders (de “A Branca de Neve e o Caçador”), a trama se passa no futuro e conta a história de Major (Scarlett Johansson). Depois de sofrer um acidente, do qual apenas o seu cérebro saiu intacto, a protagonista ganha um corpo robótico e altamente tecnológico: é o resultado da experiência realizada pela empresa Hanka, que se dedica a melhorar o corpo humano com tecnologia.
Scarlet Johansson como Major em “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” (Foto: Divulgação)
Major é vista, pela empresa, como uma arma poderosa. A única pessoa que considera que, dentro dessa carapaça robótica, há uma alma (daí o nome “Ghost in the Shell”) é a Dra. Oulet (Juliette Binoche), que a criou.
Ao lado do parceiro Batou (Pilou Asbaek), Major se lança na missão de desmascarar Kuze (Michael Pitt), um homem que está assassinando cientistas envolvidos em um misterioso projeto da Hanka.
Não há o que contestar do aspecto visual de “A Vigilante do Amanhã”. Com bastante ação, o filme tem efeitos especiais ótimos e cenas muito bem construídas. Como um longa de ação e ficção científica, o longa cumpre seus objetivos.
Mas, é claro, é impossível não compará-lo ao anime “Ghost in the Shell”, uma das maiores obras da cultura pop japonesa. “A Vigilante do Amanhã” recria algumas cenas do anime, mas sai perdendo.
A Major de Scarlet Johansson não passa a carga dramática da Major do anime. Tudo bem, sabemos que a protagonista tem sérios dilemas existenciais, mas eles são muito mais superficiais no filme em live-action. De maneira geral, o drama da Major não comove.
Outro ponto fraco é o vilão, Kuze, que não convence como ameaça.
E a própria cultura japonesa marca pouca presença no filme: a cidade na qual a trama se passa parece com o Japão e o chefe de Major, Aramaki (Takeshi Kitano), fala japonês. Mas é, sem dúvida, uma obra bastante ocidentalizada (vale lembrar que, quando Scarlet Johansson foi escalada para o papel, os fãs reclamaram por não ser uma atriz oriental a protagonizar o longa).
“A Vigilante do Amanhã” diverte quem procura uma ficção científica, pois funciona por si só, mas pode desapontar os fãs do anime e do mangá.
Avaliação: Bom.
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