“O Rei do Show” chegou aos cinemas em pleno Natal, no dia 25/12, para contar a história de P.T. Barnum, fundador do famoso circo Ringling Bros. and Barnum & Bailey. Ou, ao menos, uma versão dessa história – que recebeu três indicações ao Globo de Ouro (melhor comédia ou musical, melhor ator, para Hugh Jackman, e melhor canção original, para “This Is Me”).
Com direção do estreante Michael Grace, o musical acompanha Barnum (interpretado por Hugh Jackman), que teve uma infância pobre e cresceu com o estigma de ser julgado por sua classe social. Depois de se casar com a mulher que sempre amou, Charity (Michelle Williams), que veio de família rica, o protagonista começa a perseguir a promessa que lhe fez: dar à mulher e às filhas uma boa vida.
Ele vê a chance de ter sucesso ao investir em um museu com atrações macabras – bonecos de cera que são decapitados e animais empalhados. O negócio, porém, vai mal, e Barnum percebe que ele precisa de mais vida. Literalmente. Ele busca, então, pessoas peculiares para montar um show.
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Aí aparecem um anão, uma mulher barbada, um homem inteiro tatuado, um “menino-cachorro”, uma mulher albina e trapezistas negros. Mesmo sendo sucesso de público, o circo de Barnum não agrada à alta sociedade da época. Ele procura, então, o jovem rico Phillip Carlyle (Zac Efron, em seu primeiro musical desde “Hairspray – Em Busca da Fama, de 2007), que é produtor de teatro, e o convence a entrar para o time.
A ambição de Barnum, porém, pode colocar tudo a perder. A sua necessidade de se provar e ganhar o respeito da alta sociedade é tão grande que ele deixa o circo de lado para investir em uma turnê de shows da cantora de ópera Jenny Lind (Rebecca Ferguson).
A mensagem do filme tem a intenção de ser bonita. Barnum coloca pessoas que eram consideradas “aberrações” consigo no palco, como seus iguais (essa parte é explicada no longa, como se fosse preciso). O problema é que ela não cola: Barnum os transformou em artistas, afinal, justamente por serem diferentes e por atraírem bilheteria.
Apesar das boas performances de Hugh Jackman, Zac Efron e Zendaya (que interpreta a trapezista Anne), “O Rei do Show” decepciona justamente na parte musical. Quase todas as canções têm o mesmo ritmo e são acompanhadas de números de dança exageradamente grandiosos – e as letras (de Benj Pasek e Justin Paul, de “La La Land – Cantando Estações”) são muito simples e não impressionam.
Errada também é a música de Jenny Lind – ela é uma cantora de ópera, mas dispensa o canto lírico para apresentar uma performance baseada em Adele.
Em musicais, as canções devem ser uma extensão do roteiro – elas precisam completar as lacunas deixadas pelos diálogos e ajudar a narrar a história. “O Rei do Show”, entretanto, deixa a impressão que as músicas são dispensáveis. Sem elas, a história seria a mesma.
Mesmo assim, os ritmos animados e as cenas bonitas fazem com que a 1h45 de filme seja divertida. Esquecível, porém.
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