Segundo o dicionário, a palavra “vil” significa desprezível, insignificante, infame, que não tem dignidade e que não presta. É assim que pode ser descrito o personagem de Celso Frateschi na peça “Diálogo Noturno com um Homem Vil”, em cartaz até 22/4 no Sesc Ipiranga. Ele é o carrasco da história.

Celso Frateschi e Aílton Graça em cena de “Diálogo Noturno” (João Caldas/Divulgação)
O espetáculo do dramaturgo suíço Friedrich Durrenmatt, que ganha direção de Roberto Lage, mostra o encontro entre esse assassino e sua futura vítima, aqui interpretada por Aílton Graça. O condenado é um escritor que luta pela liberdade – e é por isso que ele recebe a sentença extrema das autoridades.
Com um misto de passividade e revolta, ele recebe em sua casa o homem destinado a matá-lo, e os dois travam uma conversa tensa sobre amizade, solidão, trabalho, falta de sentido do mundo, poder e morte.
Escrito em 1952, o texto revela uma situação absurda de assassinato, mas a fotografia da vereadora Marielle Franco no cenário da peça faz a gente pensar que o tema está mais presente do que nunca. Ela foi executada na quarta-feira da semana passada, no Rio de Janeiro, supostamente por apontar excessos da polícia em favelas da cidade.
O que acontece em cena é profundo, o público precisa de concentração. Até porque tudo o que é dito pelos personagens tem a ver não apenas com a trama em si, mas também com a vida de cada um de nós.
DIÁLOGO NOTURNO COM UM HOMEM VIL
Onde: Sesc Ipiranga – R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo, SP, tel. 3340-2000
Quando: até 22/4 – sextas e sábados (21h) e domingos (18)
Quanto: R$ 30
+ infos: 60 minutos / 14 anos

Final da sessão de “Diálogo Noturno com um Homem Vil”, no último sábado (17) (Fabiana Seragusa/Culturice)