A referência ao craque Cristiano Ronaldo é clara: a postura, a nacionalidade, a vaidade, o corte de cabelo. Mas no filme “Diamantino”, que acaba de vencer a Semana da Crítica em Cannes, o jogador protagonista não consegue lidar com um momento de fracasso e é totalmente manipulado pelas irmãs.
A história começa quando Diamantino (Carloto Cotta), considerado o melhor futebolista do planeta, está pressionado para o jogo da final da Copa do Mundo. Ele se sai mal, é massacrado pela crítica e decide encerrar a carreira. Em meio a esse rebuliço todo, o famoso atleta decide adotar um refugiado, mas suas duas irmãs gêmeas, além de não gostarem da ideia, têm outros planos para ganhar mais dinheiro. Pretendem clonar o irmão para multiplicar (e vender) sua habilidade no esporte.
Dirigida pelo português Gabriel Abrantes e pelo americano Daniel Schmidt, a sátira é cheia de elementos surreais, com cachorrinhos gigantes em campo, alucinações e tom escrachado. Também faz referência aos “muros de Trump”, batendo na tecla de que Portugal precisa se separar do resto da Europa.
Já Diamantino, estrela da trama, é talentosíssimo no esporte, mas extremamente infantil. Bobão mesmo. Apesar de suas trapalhadas, vai cativando a plateia com sua ingenuidade e delicadeza na voz.
Um dos produtores do longa é o brasileiro Daniel van Hoogstraten, da Syndrome Films, com distribuição da Vitrine Filmes. No elenco, além de Carloto Cotta, nomes como Cleo Tavares, Anabela Moreira, Margarida Moreira, Joana Barrios e Maria Leite.