Não cometa o erro de achar que “Em Ritmo de Fuga”, que estreia nesta quinta (27/7), está no mesmo balaio de “Velozes e Furiosos”. O filme tem muita cena de ação com carros, sim, mas está longe de ser só isso. Logo, esse motivo não deveria afastar o público —o nome em português, traduzido do original “Baby Driver”, é que talvez faça isso.
“Baby Driver” tem a excelente direção de Edgar Wright (de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, de 2010), um ótimo elenco e uma trilha sonora matadora.
Na trama, o jovem Baby (interpretado por Ansel Elgort) se envolve com Doc (Kevin Spacey), um chefão do crime. Para pagar uma dívida que tem com o homem, Baby topa ser o seu motorista em assaltos.
Da esquerda, Ansel Elgort, Jammie Foxx, Eiza González e Jon Hamm em cena (Foto: Divulgação)
A equipe de bandidos de Doc sempre muda —só Baby que participa de todas as missões, atrás do volante. O jovem precisa conviver com figuras como o misterioso Griff (Jon Bernthal, da série “Demolidor”), o casal Darling (Eiza González) e Buddy (Jon Hamm, de “Mad Men”) e o insuportável Bats (Jamie Foxx).
Mas Baby, afinal, só faz esse trabalho porque tem uma dívida. Quando ela é quitada, ele pretende viver tranquilamente com o pai adotivo Joseph (CJ Jones) e namorar a bela garçonete Debora (Lily James). Mas as coisas não são assim tão simples para Doc, que, claro, não quer perder o seu excelente motorista.
O enredo é simples, mas o filme é repleto de ótimas cenas de ação. A elas, junta-se a incrível trilha sonora, que conta com nomes como The Damned, Barbara Lewis, Barry White, Queen, James Brown e Simon & Garfunkel, entre outros artistas. Há uma razão para isso: quando criança, Baby sofreu um acidente de carro que danificou seus ouvidos. Ele escuta sempre um zumbido, mas o barulho incômodo melhora quando ele está ouvindo música com seus fones.
É raríssimo, portanto, que alguma cena em “Baby Driver” não tenha música. É ela que dita o ritmo das cenas de ação e até o tempo de disparo de tiros, que acompanham a batida.
Esta repórter já ouviu por aí de muita gente que filmes de ação não precisam ter qualidade: eles são feitos só para entreter o grande público, e basta umas explosões e uns tiros para que esse objetivo seja atingido, sem grandes preocupações. “Em Ritmo de Fuga”, enfim, prova que essas pessoas estão completamente enganadas. Como é bom ver um filme de ação que tem, sim, explosões e tiros, mas também ótima direção, cenas impecáveis, personagens interessantes.
ASSISTA AO TRAILER DE “EM RITMO DE FUGA”