“Jackie”, drama que estreia nesta quinta (2/2), poderia ser apenas um filme sobre o trágico assassinato do ex-presidente John F. Kennedy, em 1963. Mas vai além: é sobre o luto de uma esposa, que ainda precisa tomar decisões e lidar com a mídia.
Indicada ao Oscar de melhor atriz, Natalie Portman interpreta a personagem-título, Jacqueline Kennedy. O longa, dirigido pelo chileno Pablo Larraín (de “No”), vai e volta no tempo, em diferentes narrativas: após a morte do marido, Jackie dá entrevista a um jornalista (Billy Crudup) e conversa com um padre (John Hurt, morto na semana passada); anos antes, ela mostra a Casa Branca, quando ainda era sua residência, a um programa de televisão.
Peter Sarsgaard (à direita) como Bobby Kennedy e Natalie Portman como Jackie Kennedy (Foto: Stephanie Branchu/Divulgação)
A morte de Kennedy (interpretado pelo dinamarquês Caspar Philipson; a semelhança física é impressionante) e os momentos anteriores posteriores a ela são mostrados à medida que Jackie conversa com o jornalista, o padre e a câmera da televisão.
O filme se aprofunda muito no luto de Jackie enquanto esposa e mãe. Ela lamenta a morte do marido (a quem chamava de Jack), ao lado do cunhado, Bobby Kennedy (Peter Sarsgaard), mas não há muito tempo para isso: ela precisa planejar um funeral e uma homenagem grandiosos, lidar com os demais políticos norte-americanos e ainda se preocupar com a segurança de sua família.
Há aspectos no filme que merecem maior evidência. Um deles é a ótima trilha sonora: os momentos de tensão e tristeza de Jackie são pontuados por notas muito fortes. A cena do assassinato de Kennedy em Dallas, no carro conversível, ao lado de Jacqueline (vestida com seu clássico terno cor de rosa), é de tirar o fôlego. Por fim, claro, a belíssima atuação de Natalie Portman, que toca o filme praticamente sozinha.
Além da categoria de melhor atriz, “Jackie” ainda está indicado ao Oscar de melhor figurino e melhor trilha sonora.
Avaliação: Muito bom
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