O ano de 2017 foi marcado por escândalos sexuais em Hollywood. Atrizes começaram a se levantar e a falar sobre o produtor Harvey Weinstein, da Miramax, e, depois, outros casos de assédio sexual no cinema e na TV começaram a surgir. Tendo isso em vista, um grupo de 300 mulheres criou o “Time’s Up” (“O Tempo Acabou”, em tradução livre), um projeto que reúne doações para que mulheres se defendam de assédio ou má conduta sexual no ambiente de trabalho.
Segundo o jornal The New York Times, o fundo já tem US$ 13 milhões, e a ideia é que o dinheiro seja revertido para ajudar mulheres que trabalham nas chamadas “empresas de colarinho azul”, ou seja, companhias que usam a classe considerada “operária”. São faxineiras, zeladoras, enfermeiras e funcionárias de fazendas, restaurantes e bares nos Estados Unidos.
O projeto também inclui os seguintes pedidos: uma legislação que garanta punição a empresas que são condescendes com o assédio sexual e que desencoraje a tentativa de fazer acordos para silenciar vítimas; igualdade de gênero em estúdios e em agências; e que as mulheres usem preto na cerimônia do Globo de Ouro, que ocorre no domingo (7/1), como protesto contra o assédio sexual.
Embora o “Time’s Up” não tenha líderes, estão à frente do grupo, ainda de acordo com o New York Times, a atriz Reese Witherspoon e a produtora Shonda Rhimes, responsável por séries de TV como “Grey’s Anatomy” e “Scandal”.
Outras mulheres que estão envolvidas no projeto são Natalie Portman, Emma Stone, Kerry Washington e Ashley Judd.
“Ganhar a vida não deveria custar a segurança de ninguém, nem a dignidade”, disse Shonda Rhimes em comunicado. “As pessoas deveriam trabalhar em um local livre de abuso, assédio e discriminação. Já é hora de mudar a cultura do local onde nós passamos a maior parte dos nossos dias: o trabalho. 51% da população são mulheres e 30% são negros. São vozes vitais, importantes e economicamente poderosas e que precisam ser ouvidas em todos os níveis. Olhe, isso não será fácil, mas é o certo. E lutar pelo que é certo pode parecer difícil. Mas deixar que o errado se torne normal não é mais fácil – é só mais vergonhoso.”
A arrecadação do dinheiro está ocorrendo por meio do Go Fund Me. Entre as doadoras, estão Jennifer Aniston, Gwyneth Paltrow, Kate Hudson, Viola Davis e Alicia Vikander.