Se você gosta de acompanhar notícias sobre cinema, provavelmente já ouviu falar de “Me Chame pelo Seu Nome”. Dirigido pelo italiano Luca Guadagnino, o filme concorreu nas principais categorias do Globo de Ouro e também marca presença no Bafta (concorre a melhor filme, ator, roteiro e ao troféu David Lean de direção), cuja cerimônia ocorre em 18 de fevereiro. Nesta quinta (18), o longa estreia em circuito nacional no Brasil.
Guadagnino tomou a decisão certa ao ambientar o filme na região norte de seu país, a Itália, embora a produção também seja da França, dos Estados Unidos e do Brasil (Rodrigo Teixeira, da RT Features, assina a produção). A fotografia bucólica da Itália – que lembra os campos da Toscana – dá o tom certo ao filme. O fato de ele se passar no verão de 1983 também confere o clima correto.
É ali, com as árvores, os rios, as ruas tranquilas de paralelepípedo e a ausência de internet ou televisão, que o jovem Elio (Timothée Chalamet, indicado ao Globo de Ouro e ao Bafta), de 17 anos, vive com seus pais. À sua rotina pacata, chega o americano Oliver (Armie Hammer, que também concorreu ao Globo de Ouro), que veio ajudar o pai do garoto com suas pesquisas sobre história.
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Elio passa a maior parte de seu tempo compondo e estudando música, mas também se dedica aos programas comuns entre os jovens. Vai a festas e engata um namoro com Marzia (Esther Garrel). O exótico Oliver, porém, também desperta o desejo sexual do protagonista.
A grande qualidade de “Me Chame pelo Seu Nome” é que Elio não precisa verbalizar o que sente – e ele o faz muito pouco. Mas a atuação de Chalamet e o roteiro de James Ivory são tão sólidos que o espectador entende perfeitamente o que se passa dentro da cabeça do adolescente: ele é gay? É errado se envolver com outro homem? E por que, afinal, seria errado?
Aos poucos, Elio e Oliver se envolvem em um romance que ambos sabem ser passageiro – afinal, Oliver ficará na Itália por pouco mais de um mês. Gaudagnino é eficiente em filmar a rotina dos dois, e o romance vai surgindo de forma natural em frente aos olhos do espectador. De repente, percebemos que esse verão vai mudar a vida de Elio.
“Me Chame pelo Seu Nome” não é simplesmente uma bonita história sobre amor homossexual. É mais que isso: é uma história sobre o despertar sexual de um adolescente de 17 anos, que busca entender seus desejos e que conclui, por fim, que o afeto pode vir de qualquer gênero.
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