Deadpool é um anti-herói irreverente, engraçado, politicamente incorreto. Mas “Deadpool 2”, que chega aos cinemas na quinta (17/5), vai além e tem roteiro (de Rhett Reese, Paul Wernick e Ryan Reynolds) de maior qualidade, superior ao do primeiro filme. A decisão é acertada: o bom humor, enorme trunfo do longa de estreia, não seria suficiente para segurar a franquia sozinho.
Na trama, dirigida por David Leitch (de “De Volta ao Jogo” e “Atômica”), Wade Wilson/Deadpool (Reynolds) sofre com uma grande perda. Sem saber como agir, ele se junta aos X-Men, a convite de Colossus (Stefan Kapicic). Em uma das missões, ele acaba conhecendo Russell (Julian Dennison), um garoto mutante que sofre abusos na instituição onde vive. Por motivos desconhecidos, o menino é caçado por Cable (Josh Brolin, o Thanos de “Vingadores – Guerra Infinita”), capaz de viajar no tempo.
Tentando ser uma pessoa melhor, Deadpool resolve proteger Russell. Para isso, ele reúne o time X-Force, que conta com a sortuda (literalmente; esse é seu poder mutante) Domino (Zazie Beetz).
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Se no primeiro “Deadpool”, o vilão Francis era mal desenvolvido, a sequência não comete o mesmo erro. As figuras de vilania, que se alteram ao longo da trama (mais um trunfo do roteiro), têm personalidade e um passado bem explorados.
Quando há uma pequena falha na trama (não vamos entregar nenhum detalhe, mas é um problema que poderia ser facilmente contornado), o próprio Deadpool a destaca e comenta “Quem escreveu esse roteiro fraco?”.
A adição do diretor Leitch (creditado na abertura do filme como “o diretor que matou o cachorro do John Wick”) agrega muito a “Deadpool 2”. Leitch foi dublê de filmes de ação, como “O Ultimato Bourne” e a franquia “Triplo X”, e tem se dedicado a dirigir longas do gênero. As cenas de luta de “Deadpool” ganham mais movimento – e, claro, mantêm os litros de sangue derramados.
É hilário o motorista de táxi Dopinder (Karan Soni), que tem papel maior na trama e quer ser super-herói, mesmo sem ter poder algum. A participação dos atores que interpretam os heróis da X-Force, como Bill Skarsgard (de “It – A Coisa”) e Terry Crews, também marca o longa.
E Reynolds, claro, continua afiado – tanto nas piadas que envolvem Deadpool quanto nas tiradas cômicas sobre sua própria carreira de ator (e os erros que cometeu nela). Não deixe de ver as cenas pós-crédito.