A trajetória da DC Comics no cinema – os filmes são feitos pela Warner Bros. – é bem conturbada. Com longas irregulares como “Batman vs. Superman” e “Esquadrão Suicida”, a franquia parecia estar afundando. Mas “Aquaman”, que estreia nesta quinta (13/12), confirma que a DC deu o impulso no fundo do poço e está subindo – impulsionada também por “Liga da Justiça” e “Mulher-Maravilha”.
A aventura solo do super-herói aquático começa com o encontro de dois mundos: quando a rainha Atlanna (Nicole Kidman), de Atlântida, e o humano Tom (Temuera Morrison) se apaixonam. Atlanna apareceu na costa do mar depois de fugir de um casamento arranjado no seu reino. Ela fica por alguns anos com Tom, com quem tem o filho Arthur Curry, mas precisa voltar à Atlântida para cumprir seus votos de casamento.
Mestiço de atlante e humano, Arthur cresce entre a terra e o mar. Mentorado por Vulko (Willem Dafoe), ele se torna adulto (e é interpretado novamente por Jason Momoa) e combate crimes de pirataria.
Mas suas origens logo o chamam de volta à Atlântida. Seu meio-irmão caçula, o rei Orm (Patrick Wilson), comanda o reino com pulso firme e está prestes a travar uma guerra contra os outros povos aquáticos e contra os humanos.
Mera (Amber Heard), princesa de Xebel, um dos reinos do oceano, busca a ajuda de Arthur. Ela tenta convencê-lo a reivindicar o trono. Para isso, porém, eles precisam encontrar o Tridente Sagrado, que pertenceu ao primeiro rei de Atlântida, e está perdido há anos.
“Aquaman” é dirigido por James Wan, que ganhou notoriedade em franquias de terror como “Jogos Mortais”, “Sobrenatural” e “Invocação do Mal”. Há um tempo, Wan vem tentando, contudo, se desvencilhar do gênero para provar que pode comandar outros tipos de filme. Com o bom resultado de “Aquaman”, ele prova que, sim, é diretor para qualquer tipo de longa.
Wan conseguiu desenvolver uma identidade visual bem interessante para “Aquaman”. Na esteira de “Mulher-Maravilha”, o filme é mais colorido (contrasta bastante com longas obscuros da DC), há cenas de descontração e a trama é mais leve. O enredo parece ter sido criado sem a pretensão de ser grandioso. Funciona a ideia de que “menos é mais”: o longa foi feito para contar a história de Aquaman, e é isso que faz.
Enquanto “Batman” e “Superman” parecem ser os pontos fracos da DC no cinema (Ben Affleck e Henry Cavill já deram sinais de que não têm interesse em continuar na franquia), “Mulher-Maravilha” e “Aquaman” fortalecem a série. Resta saber se o Flash acompanhará – o seu filme solo, “Flashpoint”, estreia em 2020.